Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sul

Além
Onde o trigo
Se cobre de oiro
E o silêncio
É adorado pela cigarra,
Existe uma fonte.
Gota a gota
Vai-se transformando
Em rio
E o vento
Ondula o tempo
E o lugar
Da abelha.
Há mel e leite
A escorrer
Do barro
Não moldado.
Há aromas
No sol
E a lonjura
Do olhar.
Há poemas de velhos
Que escutaram
Quando eram meninos.
Além
Onde a formiga
Dorme a sesta
Há um rio
Sobre outro rio
E um berço
De algum mar…
Além,
Já não há Tejo.
Anna


Treklens.com

4 comentários:

Bípede Implume disse...

Além Tejo... Alentejo, um poema que parece uma fotografia. Um conto para ouvir com o cantar das cigarras.
Tão bonito.
Boa semana e beijinhos.

ETERNA APAIXONADA disse...

Bom dia! Boa semana, amiga Anna!
"Sul" me deixou feliz neste amanhecer ainda escuro, frio, mas promissor de um novo dia de inverno!
Gosto muito do que escreves!Faz-me sentir mais perto de Portugal!Muito bom para meu coração!
Deixo dois pensamentos que gosto:

"Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos".
Sócrates

"A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa".
Johann Goethe

Beijos e meu carinho.

Pakous disse...

Saludos Anna, te conocía de mis paseos en las ondas, en casa de She, y otros buenos lugares, pero no tuve el placer de conocerte hasta este momento , en que la vibración nos ha unido. Besos.

meus instantes e momentos disse...

Gosto muito de teus posts. Gosto daqui.
Maurizio