Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Amo


René Magritte, Le Blanc Seing




Eu amo planuras imensas
E gestos de linguagem muda!
Amo silêncios intensos
Onde o ser, às vezes, se transmuda.
Amo-te, porque te amo,
Em definições extensas de dar
E sinto-te quando te chamo
Dentro de mim ao despertar!
*
Eu quero colinas e montes
Plenos de canduras viçosas!
Amo regatos e fontes,
Doces meios-dias,
Manhãs brumosas.
Quero intensos Verões
E frémitos escaldantes,
Doçuras de serões
Em noites aconchegantes.
Quero a tua voz poderosa
Sobre a minha rebeldia!
Amo a tensão amorosa
De um puro dia-a-dia!

Ana

7 comentários:

Bípede Implume disse...

Sou muito de afectos,o meu relacionamento com as pessoas tem sempre o coração como intermediário.
Daí ter gostado tanto deste teu poema.
Beijinhos.

Margarida disse...

"O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é."

Unknown disse...

Eu também gostei da paixão delicada no poema. Muito bom. Para além disso, gostas das planícies e isso é também uma grande virtude. É que eu, homem do norte, adoro o nosso Portugal de maré baixa, que é como me refiro ao Alentejo. A paixão ficou-me desde que por aí andei, a trabalhar.

Beijinhos e obrigado

Bípede Implume disse...

Como não sei se amanhã terei tempo de blogar, passo para te desejar um bom fim de semana... e cuidado com o frio.
Beijinhos.

Janaina Amado disse...

Gostei da rebeldia do poema.
Por que você escolheu esta imagem do Magritte para ilustrá-lo?

alex campos disse...

É mesmo só para te desejar um bom natal.
Do poema, claro que gostei.

w disse...

Hi Ana! :) Wow, amazing painting and wonderful poem as usual.

I loved this part especially "Amo silencios intensos" It's a very romantic poem.

I wanted to wish you all the best for this New Year that has just started.

Cheers,