Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 18 de janeiro de 2009

Credos

cafetorah.com, Cavalos do Apocalipse
*
Havia nos teus dedos
Harpas e credos e medos...
Religiosidades evidentes...
Cenários e hinos e destinos iguais,
Ecos, vozes conhecidas, barros confidenciais!
Murmúrios orgulhosos, preces negociadas,
Pedidos, súplicas, coisas térreas e desejadas...
Interrogo esse teu Deus nos antípodas de tudo:
Orgulhoso, privilegiado, cómodo e mudo!
Essa ilusão tremenda e castradora,
Juiz supremo de uma crença redentora!
Havia nos teus credos mitos e lendas,
Palavras cavernosas, dias marcados, prendas...
Amores venais, gestos de convenção, rituais,
Pompas subtis, mentiras colossais...
E do alto dos tempos circulares...
Sem grandes brados, sem grandes ares,
Alguém disse: «Olhai os lírios, olhai a flor!
Despi os mantos, rasgai os tempos, vivei Amor!»
*
colorhome , lírio selvagem

2 comentários:

Bípede Implume disse...

Gostei muito da solução poética "Olhai os lírios, olhai as flores."
Também acho que se perde muito tempo com harpas,credos e medos...
Muito forte este poema.
Lindos os lírios.
Beijinho e boa semana.
P.S. Quando chegará a Primavera?

Anónimo disse...

ana:
fiquei com os cavalos do apocalipse.
romério