Edgar Pereira
Faça o que fizer, nestes dias de Primavera, a terra clama. É um apelo ancestral, vindo da infância, dos tempos em que corria pela planície e os seus odores enchiam de sonhos o porvir.
O Alentejo entrega o Homem a si mesmo, num especular sentido iniciático e primordial. Tanto pode provocar um terror primitivo, naqueles dias de trovoada feroz, como encher-nos de uma tranquilidade nativa e irracional ... varar a planície, na velha bicicleta, é um retorno sem limites!
Ah...as coisas simples!
O Alentejo entrega o Homem a si mesmo, num especular sentido iniciático e primordial. Tanto pode provocar um terror primitivo, naqueles dias de trovoada feroz, como encher-nos de uma tranquilidade nativa e irracional ... varar a planície, na velha bicicleta, é um retorno sem limites!
Ah...as coisas simples!
Kris Versew
Trago no olhar
Searas por mondar.
Campos de trigo
Vivem comigo...
*
Entre o montado,
O trigo ceifado
E a charneca florida
Nasceu minha vida!
*
Meu olhar apaixonado
Traz o monte caiado,
De casas branquinhas
E do gaspacho às tardinhas.
*
A minha aldeia,
A antiga candeia,
A lareira crepitando,
Os compadres falando...
*
Nos sulcos de arado,
No campo margeado
Deixei minhas penas,
Mas trago poemas...
*
Vi o contrabandista,
A voz do fadista,
O folclore rouco, profundo...
Eu trago o meu mundo.
Searas por mondar.
Campos de trigo
Vivem comigo...
*
Entre o montado,
O trigo ceifado
E a charneca florida
Nasceu minha vida!
*
Meu olhar apaixonado
Traz o monte caiado,
De casas branquinhas
E do gaspacho às tardinhas.
*
A minha aldeia,
A antiga candeia,
A lareira crepitando,
Os compadres falando...
*
Nos sulcos de arado,
No campo margeado
Deixei minhas penas,
Mas trago poemas...
*
Vi o contrabandista,
A voz do fadista,
O folclore rouco, profundo...
Eu trago o meu mundo.
As raparigas trigueiras,
O bailarico, as bebedeiras
- A miséria deste povo -
A açorda, o poejo e o ovo!
*
As bolotas assadas ao serão,
As anedotas até ao último tição!
As lendas de mouras encantadas,
O meu medo das trovoadas...
*
A água no coxo de cortiça,
A sesta à hora da preguiça...
O maltês e o dia do folar,
Trago o meu povo, o seu cantar.
*
As raposas assustadas,
As cachopas enamoradas.
Os gaiatos, a brincadeira,
Os homens, as mulheres e a canseira.
*
Nos meus olhos o verde escuro
E o sonho de trigo maduro.
A recordação do descampado
E do sobreiro sangrando desboiado!
/.../
Ana
O bailarico, as bebedeiras
- A miséria deste povo -
A açorda, o poejo e o ovo!
*
As bolotas assadas ao serão,
As anedotas até ao último tição!
As lendas de mouras encantadas,
O meu medo das trovoadas...
*
A água no coxo de cortiça,
A sesta à hora da preguiça...
O maltês e o dia do folar,
Trago o meu povo, o seu cantar.
*
As raposas assustadas,
As cachopas enamoradas.
Os gaiatos, a brincadeira,
Os homens, as mulheres e a canseira.
*
Nos meus olhos o verde escuro
E o sonho de trigo maduro.
A recordação do descampado
E do sobreiro sangrando desboiado!
/.../
Ana
6 comentários:
Ô, Ana, tudo lindo neste post: os teus poemas, as fotos, o texto. O viva o Alentejo da infância!
Oi Ana, o dia é 22 de abril, ainda nao passou, rs.
Linda as fotos aqui da primavera chegando.
Um abraco e obrigada.
Ops!
Veja a minha cabeça...assim num intervalo da manhã de 2.ª!!!!!!!!
Desculpe.
Também já passei a um colega meu de Ciências da Natureza que mantém um blogue com os alunos.
Beijinho
Não imagina como a entendo!
Beijinho
eu tenho eternas sudades da Primavera do Alentejo. Para a semana lá estarei apar ver ao vivo o que bem retratado está aqui.
Estoy viendo que tu tierra alentejana es realmente bonita. No me extraña que la sientas tan dentro, en lo más profundo de tu corazón...
Besos, Ana.
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