Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Diversidade

Escher


Como é diferente o gesto,
Quase bizarro, quase grotesco,
Nos dedos da tua mão intelectual!
Como te tornaste panfleto e manifesto
E procuraste um espírito conceptual
Onde sempre pões um sublime-picaresco!

Vulgarizaste a tua extravagância,
Chama-lhe, então, originalidade!
Os teus dedos, mentira de um tempo;
O teu perfume, artificial fragrância,
De uma vaidade de momento...
Gesto fútil da tua superior-mediocridade!

Intelectual:mentira verdadeira e ideal;
Sonho de ascendência neurótica e fugaz;
Dispersão obscura da lógica humana...
Essa tua análise, idiota e estrutural,
Do teu rumo de existência falaz,
Onde a rota é supérflua e insana.

Ana


Escher

6 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Ana
Seus poemas têm uma força(digo e repito)! Eu juro que ao acabar a leitura, sempre exclamo Nossa! É estupenda a sua poesia. Você tem livro publicado, Ana?

MARU disse...

A egolatría, é a tuumba dos necios...
Mravilloso, amiga.
Um beijinho

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Adoro mãos.
Nas aulas de desenho a nossa professora dizia-nos se queríamos ser bons desenhadores teríamos de saber desenhar, muito bem, as mãos. Era um exercício constante. Daí eu observar muito mais as mãos do que o rosto das pessoas. Elas são muito mais expressivas. E as imagens que acompanham o teu belo poema são igualmente expressivas.
Minha querida , um bom fim de semana. Com os dias cada vez mais pequenos, temos que o aproveitar bem.
Beijinhos.
Isabel

Ianê Mello disse...

Belíssimo poema!

Beijos

Δημητρης Μπαρσακης disse...

Με έχεις γοητεύσει με τα τόσο όμορφα κείμενά-ταξίδια σου.

Και αισθάνομαι την ανάγκη να μάθω πορτογαλικά...

Κράτησα από το ποίημα μια ιδέα και αίσθηση περισσότερο.

Κι εγώ, εκείνο που αντιπαθώ πιο πολύ από όλα είναι το "τεχνητό άρωμα".

Καλό σου βράδυ Ana, γεμάτο αληθινά αρώματα.

Fernando Campanella disse...

Boa tarde, Ana, e pensar que nós, ditos intelectuais, temos um pouco, e muito, disso que você diz em sua poesia. Mas, tantas vezes, um verso, uma dor fingida, faz despontar nosso eu mais profundo, nosso universo mais oculto.
Bjos, minha querida amiga, obrigado pela presença em meu espaço. Ótimo domingo pra vc.