Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hoje


Florença - José Alves




Hoje! Quisera erguer
triunfal a minha voz,
mas a quimera, o meu ser,
nega-se de modo atroz...
Porque na vida há
coisas vãs, palavras nuas,
e, mais do que rosas,
há dores vivas e cruas!
Hoje, caminhei só
entre o formigueiro
humano. Tive dó...
do mundo inteiro...
Porque com olhares
turvos me cruzei
e nuvens vi nos ares
das vidas de quem olhei!

Ana

14 comentários:

Andradarte disse...

É...o 'tempo' actual....carrega os semblantes....
Beijo

Maria Luisa Adães disse...

Olá Ana

Grande ausência, minha e sua...
Mas fiquei feliz por a encontrar
nos meus gatos que representam de forma surreal, junto com os humanos.

Eles ainda vão continuar, até chegarem aos 7 gatos. Apareça e se gosta de gatos, vai ter a oportunidade de ler até onde, os vou levar.

Há uma ligação estreita e profunda

entre o Narrador, os gatos, o palco
os Deuses e o universo.

Exatamente como a nossa ligação humana, com os animais nossos amigos e o palco onde atuamos na
crueza da vida. Foi isso que pretendi mostrar...

Gostei do seu poema em todos os cambiantes que nos apresenta e ainda quando diz:

"Tive dó do mundo inteiro...
Com olhares turvos me cruzei
E nuvens vi nos ares
Das vidas de quem olhei!"

Lindo, profundo, verdadeiro...

Um beijo,

Maria Luísa

ao meu simbolismo

Ianê Mello disse...

Olá, Ana!

Gostaria que aparecesse no grupo Livre Criar é só criar para partipar com seus poemas.

Está lindo o novo layout do blog.
Sempre que venho aqui me alegro com o que vejo. Belísimos poemas!

Saudades.



Bjs.

Olinda Melo disse...

Olá, Ana

Este poema tem um toque universal. Neste mundo globalizado os problemas dos outros, nossos são. Hoje, em que tudo se tornou banal e as palavras se tornaram vazias e sem sentido, não há dúvida que, mais do que nunca, nas rosas sobressaem os espinhos. Caminhamos no meio da multidão,porém, a solidão grassa por todo o lado.

E tudo isto (e muito mais) é expresso neste seu poema com uma sensibilidade imensa.

Beijo

Olinda

Mel de Carvalho disse...

Andam tristes os homens, mesmo, Ana. E como não andar num país que parece ter perdido o rumo e a memória de si mesmo? Das suas forças. Das suas conquistas.
E haja em nós a luz suficiente para que nos possamos projectar além das brumas e, dentro do possível, dar a mão ao próximo.

Um beijinho, Ana
Gratidão na partilha
Mel

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Partilho do mesmo sentimento só não consigo expressá-lo tão bem como tu.
Beijinho de muita amizade. Bom fim de semana.Isabel

irneh disse...

Boa tarde, amiga

Recolhida para me abrigar deste intenso calor, vou passeando pelos cantos deste écran. Gostei do teu olhar sobre as pessoas. Infelizmente, é mesmo assim como tão bem pintas com as tuas palavras.

Beijo
Henriqueta

Nilson Barcelli disse...

Ergue sempre a voz, mas os tempos são de imenso ruído...
Belo poema, gostei muito.
Querida amiga Ana, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Maria Luisa Adães disse...

Ana

Tem selinho para ti nos 7degraus.
Cimo, lado direito (300 seguidores)
Se gostares leva!

Um beijo,

Maria luísa

Unknown disse...

Estar só não é grave.
Não resolver a solidão, mesmo quando ela é efémera, pode ser preocupante.
Mas o nosso quotidiano está cheio de instante assim.
Tudo nos desilude.
Parece haver um desestruturação emocional muito viva.
Boa semana, Ana
Bjs

josé tapadas alves disse...

muito bonito poema!

Margarida disse...

A fotografia está maravilhosa, mas parece desanimada...

Beijinhos e boas férias!

vieira calado disse...

Um dia triste!
Infelizmente há muitos assim...

Bjsss

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Deixo beijinhos e desejos de uma boa semana.
Isabel