domingo, 28 de outubro de 2012

O Poder das Corporações


«Industrial Worker», 1911



«Mas a realidade é esta: não temos um projecto de país. Vivemos ao deus-dará, conforme o lado de que o vento sopra. As pessoas já não pensam só no dia-a-dia, pensam no minuto a minuto. Estamos endividados até às orelhas e fazemos uma falsa vida de prosperidade. Aparência, aparência, aparência - e nada por trás. Onde estão as ideias? Onde está uma ideia de futuro para Portugal? Como vamos viver quando se acabarem os dinheiros da Europa? Os governos todos navegam à vista da costa e parece que ninguém quer pensar nisto, ninguém ousa ir mais além.»

José SARAMAGO, in "Entrevista" à revista Visão, 2003


10 comentários:

  1. Saramago não era economista, mas para ver determinadas coisas só necessitamos de bom senso.

    Bons sonhos, Aninnhas

    ResponderEliminar
  2. Penso que abandonei as minhas Homilias quando elas mais falta faziam... A lucidez de Saramago é impressionante...

    ResponderEliminar
  3. Pois. Até temos a nossa sorte à vista!

    ResponderEliminar
  4. Quanta verdade disse o Saramago há 9 anos.
    Não terá sido por acaso que ele escreveu um ensaio sobre a lucidez...
    Ana, , tem uma boa semana.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  5. Não te preocupes meu amigo...beijo grande

    ResponderEliminar
  6. Que pena...não conseguir ler Saramago..
    Beijo

    ResponderEliminar
  7. Agora é como dantes, quartel general em Abrantes. O povo, ao fim e ao cabo, é que tem que aguentar e contribuir [de contrbuições] para sustentar essa malta toda.
    Abraço,
    J

    ResponderEliminar
  8. Ana,

    Saramago, o adivinho, bem avisou!
    Ninguém lhe deu ouvidos!
    E aí está: o buraco em que se encontra o país ultrapassou as piores previsões!
    Ao fim de oito séculos de existência, deparamo-nos com uma situação inédita: as rédeas do poder na mão dos 'mercados' homens sem rosto!

    Muito grato pelas oportunas e certeiras palavras: ajudam-nos a reflectir.

    Grande abraço

    ResponderEliminar
  9. "O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde."
    José Saramago

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  10. Querida Aninha
    Nessa altura, em pleno cavaquismo, quem é que iria dar ênfase a essa opinião?
    Estamos a viver momentos de tendência feudal.Dias muito sombrios.
    Beijinhos e muito estoicismo, amiga.
    Isabel

    ResponderEliminar