sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Asteróide 2012 DA14 e as Fénix


Esse baixel nas praias derrotado
Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol nos céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado.


Meteorito, Cheliabinsk, Rússia



Esse nácar em cinzas desatado
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Asteróide 2012 DA14
Se a nau, o Sol, a rosa, a Primavera
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,

Vaticano, 12 - 2 - 2013

Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baixel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Francisco de Vasconcelos Coutinho 
in Fénix Renascida III
(Portugal-1.665/1.723)

9 comentários:

  1. Ana, que te deu?:)))

    As coisas estranhas da vida...que a História há-de contar.

    Olhamos nós os cegos mortais...mas como havemos de ver?

    Beijinho

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  2. Grande poema, grandes ilustrações. Belíssimo sentido de oportunidade.

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  3. Belo e oportuno...
    Por mim, nunca esperei de cima
    O que sei estar aqui em baixo

    Falo do risco e da salvação

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  4. Estupendo post, amiga!

    Bom fim de semana

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  5. Ana,

    O poema tem lá tudo:
    Ficamos a pensar que as palavras jogam com a Vida!
    E protegem-nos!

    Grande abraço

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  6. Post muito bonito, com tema tão
    atual....
    Bom f.s.
    Beijo

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  7. Magnífico e muito oportuno.
    Gostei.
    Ana, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  8. Olá, Amiga ANA!
    Sublime imaginação e criatividade, num poema belíssimamente ilustrado, demonstrativo de quão grande é a nossa cegueira face aos avisos e fenómenos da Natureza.
    Abrs e bom fim-de-semana.
    J

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  9. Um post muito bem "apanhado"!

    Beijo, bom fim de semana

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