sábado, 5 de outubro de 2013

Naquele tempo...

Margaret Tarrant

Naquele tempo, pequenas fadas enchiam-lhe os pensamentos. O mundo era limpo e o outono guardava uma réstia do calor estival de uma doçura sem mácula. Os sonhos desenhavam o futuro.
Outubro chegava, assim, depois uma chuvada quente que aclarava a limpidez do ar. Tudo se aligeirava numa leveza etérea. Outubro era um recomeço. A feira, a escola, os frutos amadurecidos, o cheiro de pastos húmidos, o ranger dos pneus da bicicleta sobre a areia...
A avó tecera um pequeno jardim com perícia e ela tinha, ali, o paraíso perdido. Nele, ainda morava a ânsia de conhecimento e teias molhadas brilhavam na luz matinal. Labirintos incólumes...
Outubro chegava, promessa de futuro, no quadro negro riscado a giz.

Ana

13 comentários:

  1. Olá, amiga Ana!
    Deliciosa evocação do outono doutrora, em que o cotidiano e os sonhos desenhavam a paisagem do futuro.
    Gostei de ler!!
    Abraço,
    Jorge

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  2. Nesse tempo a vida parecia simples... menos agitada... até, talvez, mais feliz... Parecia... parecia... e só nos fica a memória do que não nos era dado a conhecer, no silêncio sossegado de cada outono...

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  3. Naquele tempo era assim
    Mas esse tempo já lá vai
    Alegria e tristeza, haviam sim
    Como a folha murcha
    da árvore no chão cai!

    Já se teriam perdido
    Quantas coisas mais
    No deserto, não no paraíso
    Por causados temporais!

    Muito lindo, adorei.
    Boa noite e bom fim de semana,
    para você amiga Ana Tapadas.
    um beijo.
    Eduardo.

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  4. Naquele tempo tudo era diferente.
    Porque nós éramos diferentes...
    Magnífico texto, adorei.
    Ana, minha querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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  5. Um texto magnífico que conta muito bem o que era a nossa infância e a entrada no Outono , na escola e os nossos sonhos para um futuro tão aparentemente longínquo.

    Enorme abraço, amiga.

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  6. A escrita acompanha a sensibilidade que lhe está inerente!

    Adorei e reli.

    beijinho amigo

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  7. Era um tempo mágico, não era? :) Lindo!
    Um beijo

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  8. Que saudades daqueles tempos!

    mas atrás de tempo, tempo vem...

    Beijinho

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  9. Engraçado que ainda hoje recordei, com saudade, os tempos em que a escola começava nos primeiros dias de outubro. Começava-se mais tarde, havia menos horas de aulas e, afinal, aprendia-se mais. Tanta coisa mudou. Para pior, diria eu que sou pessimista.

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  10. Querida Aninha
    Eu digo sempre a mesma coisa, mas é assim mesmo. Adoro o Outono.
    Também acho que tem uma doçura e limpidez sem mácula. Continuo a sentir essa emoção, apesar de tudo.
    Adorei este texto.
    Beijinho e boa semana
    Isabel

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  11. uma nostalgia doce e cálida na vibração do outono.

    belíssimo texto.

    beijo

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  12. Um tempo em que sonhar era permitido.
    Lindo e muito comovente amiga Ana, fez lembrar a menina que fui.

    beijinho

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