Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sofre?

 Alexander Sergeev

(Encontrei este velho texto na capa de um manual de Matemática e não resisto a guardá-lo aqui. Era dedicado à minha querida professora, Dr.ª Maria Olímpia de Vilhena Rodrigues - irmã do célebre desenhador humorista e satírico Vilhena. Menina educada na mais rigorosa tradição alentejana, eu nunca vira um desenho de José Vilhena. Teria uns quinze anos e adorava Matemática. Nesse tempo os alunos respeitavam os professores, mas o país não respeitava os humoristas, especialmente aqueles que o retratavam na sua sordidez beata e labrega).


Que enigma, que mistério a envolve?
Que sibilino e sorumbático olhar possui.
Oh! E essa paciência que tudo resolve!
De que misterioso dom usufrui?
Às vezes, por mera observação,
Julgo perceber em seu olhar dor...
Será utopia, será divagação?
Poderá haver Primavera sem flor?


Ana (14/04/1973)



14 comentários:

Edum@nes disse...

Poderá haver Primavera sem flor
Responder não sei não...pobre
Ai, aguenta...aguenta dizia o estupor
O banqueiro a pensar nos milhões
Vejam como é tratado o trabalhador
Pelos senhores das privatizações!

Boa noite para você, amiga Ana Tapadas, um beijo.
Eduardo.

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Também guardo gratas recordações de algumas professoras.
Mas não tenho talento para o expressar poeticamente.
Quanto à Primavera... sem flores não é mesmo Primavera.
Beijinho grande
Isabel

Manuel Veiga disse...

poeta precoce, sem dúvida.

muito bonito!!!...

(os humoristas de hoje limitam-se a fazer cócegas ao(s) poder(es)

beijo

Mar Arável disse...

Sempre doi a uma flor
que rebenta do chão

Rogério G.V. Pereira disse...

Um poema na capa
de um manual de matemática?

Porque nunca me lembrei eu de o fazer?
(seria por o não saber fazer... tão belo?)

São disse...

Primavera pode haver mesmo sem flor, mas essa será só no nosso interior...

SEmpre detestei Matemática, ainda hoje não me entendo com números, rrss

Lembro-me de Vilhena e do mal visto que era!

beijinhos, amiga

Andradarte disse...

Conheci bem o José Vilhena, pois era
muito lido na minha juventude....
Hoje certamente não vendia...
Maravilhosa a imagem que ilustra o Post.
Boa Páscoa
Beijo

Daniel C.da Silva disse...

Bem, que erudição poética para os 15 anos :) E que achado intemporal! Tomara eu encontrar algo meu de há tanto tempo ;)

beijinho amigo

Pérola disse...

O teu dom de poetizar nasceu contigo.

Já uma tão bela construção!?

Gostei muito da partilha.

Beijinhos

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Beijinho e bom fim de semana
Isabel

Olinda Melo disse...



Querida Ana

Adorei. Venham mais pérolas como esta. :)

Bom fim de semana.

Bjs

Olinda

. intemporal . disse...

.

.

. quando a poesia não se aquieta . alcança a tal eternidade . e . de quando em vez . mostra.se e mostra.nos . desinquietando.nos .

.

. um beijo meu .

.

.

AC disse...

Ana,
Nessa altura já escrevia assim?
Fiquei deslumbrado!

Beijo :)

Evanir disse...

Ana perdoe minha ausência estou um tanto ausente espero em Deus ficar bem depressa para continuar visitando a todos com frequência
como sempre fiz.
Deus abençoe sua semana beijos ,Evanir