Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 30 de março de 2016

Herança

Vladimir Kush, Favourable winds


Que faremos se o vento mudar e, humanos, vierem os seres questionar-nos sobre o porvir? Que diremos se o passado florir nos íngremes caminhos da memória? Agitaremos ao vento quieto do Sul a chama de uma esperança longínqua. 
Nunca me digas, aquilo que o pesadelo nocturno me desenha e agita. Nunca admitas que vamos num retrocesso, num regresso veloz directos à barbárie - homo sum!
O medo espreita as sombras e desenha pavores, mas a claridade quente dos dias desponta por detrás de cada ideal que encha o coração humano da sua bondade mais pura.
Um dia, quente e azul, redescobriremos a rota perdida onde a justiça nos irmanará - essa será a herança!

Ana



16 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

"Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham"

seja qual for a herança
saberemos o rumo, uma vez tomado o leme...

Edum@nes disse...

Sendo boa essa herança,
para nos harmonizar a vida
o futuro traga,nos a confiança
que sem esperança andará perdida?

Tenha uma boa noite amiga Ana, um abraço,
Eduardo.

Majo disse...

~~~
Também tenho muita esperança

nessa superior e sublime herança.

~~~ Beijinho, Ana.
~~~~~~~~~~~~~~~~~

Mar Arável disse...

Não por fé

mas fortes convicções
Bj

Pedro Du Bois disse...

Belo espaço literário, caríssima Ana. Parabéns. Abraços. Pedro.

Manuel Veiga disse...

perdulários da herança - que somos!

beijo

alfacinha disse...

Este blogue continua a ser bem vivo. Gosto das poemas
abraços de amizade

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, admitir um retrocesso, é como perder a esperança para atingir os objectivos justos.
AG

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Confio nos teus poemas. Para mim soam como profecias.
Desejo muito que realizem.
Beijinhos.

Graça Pires disse...

A esperança é a legítima herança que nos cabe. Dizemos isso, peregrinos que somos de nossos sonhos...
Um texto muito belo e reflexivo, Ana.
Beijo.

Jaime Portela disse...

Não sei se estaremos ou não a regressar à barbárie, mas há cada vez mais barbaridades.
Veja o caso dos "Panamá papers", onde há políticos, empresários, desportistas e bandidos a fugirem ao fisco e/ou a esconder dinheiro da corrupção. E há tantas crianças a morrerem à fome...
Excelente texto.
Boa semana, querida amiga Ana.
Beijo.

. intemporal . disse...

.

.

. ter esperança na herança . que virá velhinha . como a esperança . :) .

.

. um beijo meu .

.

.

Fê blue bird disse...

Bebo as tuas palavras minha amiga, estou sedenta dessa esperança.

Um beijinho

Unknown disse...

Belíssimo, Ana.
Eu não quero admitir, mas a confirmação calada também dói.
A barbárie, o medo...
Que chegue a herança, que venha a correr, que aguardamos, ávidos que estamos.

bjn amg

mixtu disse...

a rota da herança
das vivencias
das recordações
num flutuar sentido

poesia...

Isa Lisboa disse...

Eu acredito que não nos esquecemos da Luz que em nós existe!