Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 15 de novembro de 2008

Enigma

Esteva, Alentejo

*
Os sonhos eram ainda manhã,

Os frutos amadureciam...
E as lágrimas eram bagos de romã,
Gotas de sangue que tingiam!
Ontem, as crianças tinham
Sorrisos dentro da manhã!
E a força daqueles que caminham
Era ainda febril e afã...
*
Ontem os campos molhados
Desenhavam os teus passos
E, havia desejos perturbados,
A gritarem nos teus braços!
Ontem havia orquestras e compassos,
Ritmos estranhos e marcados...
Havia nós e existiam laços
No sol que beijava os terraços!

*
Ontem, o agora estava em ti
E tu eras aquilo que permanece,
Que fica e modifica tudo o que vi
Ao ritmo do encanto que embevece!

Ana

4 comentários:

Bípede Implume disse...

Embalada pelo perfume da esteva e por este poema tão gentil prossigo neste fim de semana que espero seja para ti tão ameno quanto a poesia.
Beijinhos.

ETERNA APAIXONADA disse...

*****

Um grande abraço para um domingo que se vai...
Um grande abraço para uma semana que vem e que espero cheia de coisas boas!
Carinho

*****

Anónimo disse...

Olá Ana, adorei tua visita e comentário no blogue. Deixo-te com um bj grande. Fica bem e deixa que vou cuscar no teu blogue.

Blogadinha disse...

Gostei deste poema e do blogue em geral, que agora conheço mediante a iniciativa do "Interlúdio com Florbela".

Quem por nós passa deixa sempre uma marca dessa passagem, enriquecendo-nos com a mesma. Talvez seja esse o enigma, não?

Boa semana!