Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Repentinamente

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Isaiah%27s_Lips_Anointed_with_Fire.jpg

Benjamin West

A palavra era vazia
E a casa deserta!
O Amor hierarquia
E a Paz uma traição certa!

Os filiados do mundo,
Num grito cavo e profundo,
Ergueram, então, a cruz...
Tinham rostos impuros,
Desenhados de sonhos escuros,
Onde nunca acontecia a luz.

Nesse tempo os profetas
Ainda falavam de almas abertas.
Cantavam Amor;
Viviam Amor;
Sentiam o Amor de que falavam.

Repentinamente...
A palavra é oca e urgente,
A casa luxuosa e vazia...
Hierarquia!
Dor.


Ana



11 comentários:

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Ontem andei pelo Alto Alentejo. Fui lavar a alma. Aproveitámos a melhoria no tempo e fomos planície fora. Lindo o teu Alentejo.
Como o teu poema, embora ele transmita a desilusão dos tempos que atravessamos.
Beijinhos de muita amizade.
Isabel

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida amiga
maravilhoso poema...escrito com alma.
Beijinhos
Sonhadora

Gerana Damulakis disse...

É o que sempre escrevo aqui: estrondorosamente seus poemas fazem o leitor despertar. Olhe o que está acontecendo, abra os olhos, veja, sinta, acorde: foi o que disse o poema. E me disse de uma forma poética forte e indignada.
Imagine se a blogosfera não existisse. Estes poemas iriam ficar na gaveta?
Bj, da fã.

Rafael Castellar das Neves disse...

Gostei desse vai e vem...essa troca de estados entre as situações...

Abraço

Rafael

Laura disse...

Este poema... Não tenho palavras. É o meu preferido.
Beijinho

Miguel Angel disse...

Ana:
¿De donde sacas tanta inspiración? ¿Como haces para que te acompañen tan bellas palabras?
Un beso.

Laura disse...

Conheço sim ! O facto de ser alentejana ?
Beijinho

Δημητρης Μπαρσακης disse...

Quando li o poema que você traduziu, eu comparo como Dali, que assistiu à televisão com uma folha na frente. Paen discernir detalhes sobre as formas, mas eu me sinto muito conteúdo, um sentimento de tristeza concurso que mantém viva a promessa de beleza com a agonia do alienado presente-nos.
Obrigado pela emoção... Beijos

Ianê Mello disse...

E o amor?

Para onde foi?

Se perdeu na palavra?

Lindo poema, querida!

Beijos.

ADRIANO NUNES disse...

Ana,


Muito Lindo! Perfeito!


Abração,
Adriano Nunes.

claudio rodrigues disse...

Ana, que lindo poema! A palavra e o silêncio, um embate. Vc nos faz penetrar na casa da palavra, onde habita o ser. LIndo!