Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 23 de novembro de 2013

Claramente



Henri-Rousseau


Entardece suavemente...
Hipersensível, alucinada, demente?
Atentamente confusa
Como esta luz difusa...
Medusa, fria, cheia de gravidade?
Apaixonada, doçura, suavidade?

Entardece e enaltece
Esse azul que não atinjo.
Entardece e escurece
A emotividade com que me cinjo.
Fica somente o Amor iluminando,
Estes estranhos ecos ecoando!

Silêncio, Amor, Verdade:
Bastiões da minha sinceridade.
E o resto de que me conotais
Pouco me atinge - não temais!
É noite, eu amo-a, vagamente,
Pois me acolhe serena e paciente!

Ana


11 comentários:

Manuel Veiga disse...

Silêncio. Amor . Verdade!

a trindade que define uma personalidade. incontornável...

gostei.

beijo

Rogério G.V. Pereira disse...

Entardece?
Nem parece!

Tem valores jovens, adolescentes...

Zilani Célia disse...

OI ANA!
NESTE ENTARDECER SUAVE, ECOAM,NO SILENCIO,LINDAS PALAVRAS, DITADAS PELO TEU TALENTO...
LINDO DEMAIS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

São disse...

UM belíssimo post, com uma harmonia total entre um bom poema e um interessante quadro.

Minha querida, que seja muito feliz o teu domingo, que eu hoje vou assistir a uma peça teatral de Saramago,

Fê blue bird disse...

Silêncio, Amor, Verdade !

Bastiões cada vez mais esquecidos minha amiga.
No entanto são estes também que me sustentam.

beijinho



Jorge disse...

Olá, Ana!
Silêncio, Amor, Verdade; são bastiões que não só protegem como fortificam a nossa integridade.
Bj
J

Pérola disse...

Que palavras repousantes...

beijos

Fá menor disse...

Muito belo poema!
Que o melhor eco seja sempre o Amor.

beijinhos

Mel de Carvalho disse...

"Entardece suavemente...
Hipersensível, alucinada, demente?"

poderia eu ter escrito estas palavras, minha querida Ana, se nestes tempos as palavras não tivessem feito greve aos meus dias - estão gastas e cansadas como eu, acho...
poderia...

por aqui, "Entardece suavemente..."
da cozinha chega o cheiro da Boleima acabada de fazer. é o Alentejo na minha mesa, na minha vida... ao largo a Lezíria, o Tejo, e, aqui, por perto, o aconchego das suas palavras, belas, sábias.

beijo, Ana. grata, muito grata
Mel

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Com tudo o que nos atinge e ainda este frio, consola a alma o calor que se sente aqui.
Beijos
Isabel

Luma Rosa disse...

Oi, Ana!
A noite vem envolver, trazendo a tal serenidade que os corações apaixonados pacientemente esperam.
:)
Beijus,