Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

terça-feira, 18 de março de 2014

Palavra esquiva

Paul Cézanne

Há uma palavra esquiva
Solta nos ares impuros.
Há uma ternura viva...
Arma secreta dos duros.
E este clamor que sobe
Ao peito dos homens sós,
Em velhas casas de adobe,
Desmancham cadeias e nós.


Ana

14 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Escrevesse Paul e seria Ana
Pintasse Ana e seria Cézanne

Perfeito
até nas tonalidades do verso

Pérola disse...

Há palavras que nos ficam gravadas e a sua marca nos atinge bem na sensibilidade.

Beijos

Edum@nes disse...

Há uma palavra esquiva
Em casa velha de adobre
Há gente idosa esquecida
Gente do povo com fome!

Para esta rima escrever,
Encontrei aqui o mote
Gente idosa a sofrer
Português sem sorte!

Solta nos ares impuros.
Ululando aos sete ventos
Aqui no país dos corruptos
Paraíso dos proventos!

Boa noite para você,
amiga Ana Tapadas, um abraço,
Eduardo.

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Lindíssimo e perfeito.
Os ares estão definitivamente impuros.
Mas, lá está, não há cadeias e nós que resistam.
Tenho tido pouco tempo para blogar. Espero voltar com mais regularidade. Beijinhos com muita amizade.
Isabel

O Puma disse...

Belo e profundo

Bj

São disse...

mais um belo poema...

Estive no estúdio do pintor em Aix-en-Provence e que desilusão...

Beijinhos, linda

Evanir disse...

Hoje Dia Do Blogueiro..
Venho te deixar meu abraço
carinho e agradecimento
por caminhar comigo .
Que durante muitos anos ainda possamos
caminhar juntos levando paz e amor.
Beijos no coração .
Evanir.

Fê blue bird disse...

As tuas palavras sempre nos dizem algo mais.

Belo e profundo o teu poema.


Beijinho amiga Ana

Daniel C.da Silva disse...

Lindíssimo, Ana!

Beijinho amigo

Jorge disse...

Boa noite, Ana!
As palavras podem ser submissas, poderosas, agressivas ou esquivas e, até podem ser arma secreta dos duros - música para delícia dos nossos ouvidos.
Beijos
J

Andradarte disse...

Levou-me até á beira-mar.....
Fica aí bem, o grande Cézanne
Beijo

Fá menor disse...

As cadeias e os nós são para desfazer. Haja coragem!

beijinhos

Manuel Veiga disse...

poema depurado e límpido - com fogo dentro!

belíssimo.

beijo

. intemporal . disse...

.

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. seja talvez o esquisso da palavra esquiva .

.

. um beijo meu .

.

.