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Grécia, José Alves |
O poema omnipotente,
como rio mítico,
barbudo,
de cartucheira à bandoleira,
vem pela rua abaixo a buzinar
enfadando as amantes.
E o poeta
por que te apaixonaste aos dezoito
já não existe,
pois existir quer dizer
tenho casa na rua Kypséli
vá visitar-me no fim-de-semana
ou apresento-lhe a minha esposa.
Há uns tipos, em altos estrados,
a fazerem truques com lenços coloridos,
como outrora os charlatães
que vinham de carroça
e te tiraram o dente são
por dois taleres.
Grécia (n. 1949),
to soi, kedros, 1978.
tradução de Manuel Resende
«Há uns tipos, em altos estrados,
ResponderEliminara fazerem truques com lenços coloridos,»
detesto dizer "sempre houve"
mas sempre houve
o que é diferente de consentir
o tal "sempre haverá"
Rio sim, sofrimento não,
ResponderEliminarnem cartucheira nem bandoleira
porque carrega munição
nada tem mais valor, não
do que no Alentejo, a soalheira!
Tenha uma boa tarde amiga Ana, se estar de férias, que sejam bem a seu gosto, Um beijo.
Eduardo
A velha e jovem Grécia de tantos poetas e filósofos, onde a democracia foi forjada para o mundo ocidental.
ResponderEliminarUm poema de simbolismo forte e belo.
Beijos, Ana!!!
Boa tarde, todos os dias na comunicação social, temos a oportunidade de ver os charlatães de cartucheira à bandoleira em altos estrados a fazerem de todos parvos,o poema é perfeito.
ResponderEliminarBoa semana,
AG
onde de um "rio" se faz poema...e história
ResponderEliminar:)
Belo poema num momento importantíssimo assinado pela Grécia.
ResponderEliminarAbraço, amiga
é sempre bom conhecer um novo poeta!
ResponderEliminargostei. de verdade...
beijo
...e porém, deixemos às lutas interstícias a sua própria vulgaridade...
ResponderEliminar~~~
ResponderEliminar~ Entretanto, o povo angustiado
vive dias
verdadeiramente desesperados...
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~~~ Abraço amigo. ~~~~~
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Querida Aninha
ResponderEliminarO pior é que esses "charlatães" estão disseminados, sem cartucheiras mas com outras armas bem mais perigosas por que não se veem.
Adorei a escolha. E a flor também.
Beijinhos.
PS E férias para quando?
Mais beijinhos