Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Na noite dos idos



Viana do Castelo, Novembro de 2019




Ancorados os sonhos
perdidas as viagens
na voragem do tempo
a memória se foi

Teu homónimo morreu

Agora aqui estamos
hospital da decadência
a dias da destruição
o teu Norte e teu rumo

Na guerra primeira (?)

Ancorado nos dias
aragens e vento
nas águas do cais
ao sabor da cadência

Teu homónimo morreu (?)

Imperfeitas as rotas
estáticas e revoltas
negação na paisagem
ancorados os sonhos


Ana

5 comentários:

Graça Pires disse...

Não negar a paisagem. Não ancorar os sonhos. Apesar das rotas imperfeitas e das viagens perdidas… Um poema com alguma coisa de enigmático e melancólico…
Uma boa semana, Ana.
Um beijo.

Mar Arável disse...

Ai de nós quando formos perfeitos

CÉU disse...

E dobrou Gil Eanes o Cabo Bojador com tanta tormenta e agora está um dos homónimos dele, ali, sem "vida", parado, inerte. Isso não se faz, mas continua a fazer-se por aí e a História e tu registam estes acontecimentos. Tens um olhar clínico, tanto em prosa, qto em poesia, muito apurado.

Beijos e boa semana.

Rogério G.V. Pereira disse...


Ó mar salgado
quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal
ou
todos nós somos navio
trazendo a bordo
a memória que temos

Larissa Santos disse...

Gostei bastante da publicação :))

Hoje : O Meu horizonte adormecido.

Bjos
Votos de um óptimo Domingo