Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

«Arbeit macht frei»


“Human Way”, Vladimir Kush


Não me digas, já o sei.
São tantos os muros,
tantos os fogos...

Mais ainda o secreto
silêncio dos culpados.

São tantos os sonhos,
Tantos os tombos...
Decerto que o direi!

Culpados à solta...
na inocência anónima.
Anódina caminhada,
Na recta do abismo.

Nunca te transformes
naquilo que contemplas...


Ana




Israel
Waze, GPS - a entrar na Cisjordânia



1) - «Arbeit macht frei» o trabalho liberta, Polónia, Auschwitz


7 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Ana

Contemplo sonhos
e
por vezes
neles me transformo

(falo de sonhos
e não de pesadelos )

Larissa Santos disse...

Excelente!! Amei

Hoje : Procuro no meu pensamento palavras tuas

Bjos
Votos de um óptimo fim - de - semana

Edum@nes disse...

Não me digas aquilo que já sei,
diz-me o que não sei, quero saber
para aqui poder chegar tanto andei
bem valeu apena para tão belo poema ler!

Bom fim de semana amiga Ana. Beijinhos.

R's Rue disse...

❤️

João Santana Pinto disse...

Parece-me impossível não sair transformado de uma experiência devastadora... Por vezes, há que cuidar em não nos deixarmos transformar no contemplado... resistir a não pagar na mesma moeda, qual reflexo...

Olinda Melo disse...


Querida Ana

Belo poema que nos desperta para
actos que se sentem adormecidos
na consciência dos homens.
E o sofrimento dos inocentes
continua.
E a subversão de uma expressão
que deveria abençoar os mais
lindos pensamentos e sonhos.

Beijinhos

Olinda

Jaime Portela disse...

Há uns anos estive dentro de um campo de concentração perto de Berlim. E digo-te que é muito fácil querer fazer as mesmas atrocidades aos que as fizeram com os judeus.
Excelente poema, como sempre.
Beijo, querida amiga Ana.