segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Florbela Espanca


João Cutileiro ( da parede da minha sala para vós)
Florbela Espanca



A NOITE DESCE
*
Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce...Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!
+
Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que me enterrassem!
+
A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!
+
E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma
Beijando nesta hora a minha boca!

Florbela ESPANCA, SONETOS



5 comentários:

  1. *****

    Como é bom ler em cada blog o amor à Florbela!
    Adoro essa poesia! Linda homenagem!

    Grande abraço e beijo da amiga do outro lado do mar, mas pertinho dos amigos irmãos!

    *****

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  2. Ana, bonita a tua homenagem a Florbela, neste e no post anterior, sobre a Charneca alentejana. Gostei muito do seu blog, do seu bom gosto no visual e nas escolhas de textos. Voltarei.

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  3. belíssima partilha...à divina Florbela Espanca...

    Véu de Maya...

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  4. Bom dia! Estou visitando os blogs participantes da blogagem coletiva.

    Isto é o que eu chamo de uma corrente do bem! Como é que se poderia chamar uma iniciativa que enche de poesia a blogosfera? Aqui está uma excelente oportunidade para que todos conheçam um pouco mais sobre a genial Florbela Espanca.

    Eis um trecho de "Ser poeta", de Florbela:

    "Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
    Do que os homens! Morder como quem beija!
    É ser mendigo e dar como quem seja
    Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!"

    Parabéns a todos que estão participando!

    Sensata Paranóia

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  5. Os desenhos são tão lindos...
    E a voz de Florbela jamais se irá calar!

    Bj,
    (i)

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