quinta-feira, 2 de julho de 2009

Aos Vindouros, se os Houver...

B. N. França, 1910


Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;

que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem preçários, calendários, Pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;

computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;

que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.

Alexandre O'Neill, Poemas com Endereço



B. N. França, 1910

8 comentários:

  1. Alexandre O'Neill, uma ironia que nos faz pensar. Se ele fosse vivo tinha "pano para mangas".
    Amiga tenho aqui o "João Pestana" a apoquentar-me. Vou fazer ó-ó.
    Beijinhos e boa noite.

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  2. Muito simpatico.Bom fim de semana, bisous.

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  3. Olá Aninha
    Bom fim de semana. Também vou aproveitar e descansar um pouco.
    Beijinhos.

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  4. Ah, Ana, que poema ótimo, que ironia boa a defender valores importantes - que são também os seus, eu sei. Não conhecia o poema!

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  5. Ana:

    Fico muito feliz ao receber
    sua visita.
    Seu bom gosto e sensibilidade
    sempre se destacam em suas postagens.
    Adorei o poema de O'Neil.
    Beijo.

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  6. Ana,

    Belíssimo soneto! Perfeito!

    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

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  7. Olá Ana

    Muito obrigado pelo apoio ao meu blog "Utopie del Mondo". Fiquei muito feliz e honrado pelo carinho, que tanta força me dá para começar esta nova aventura.

    Abraços

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