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A minha homenagem à mulher que soube dizer «não» e mantém um olhar límpido!
A entrega do Prémio D. Dinis esteve agendada para dia 28, sexta-feira da próxima semana, numa cerimónia com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
“Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país”, explicou Maria Teresa Horta à Lusa.
“Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência”, salientou a escritora que acrescentou: “Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores”.
Para Maria Teresa Horta, “o primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural”.
A autora afirmou que “o país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto”.
“Não recuso o prémio que me enche de orgulho e satisfação, recuso recebê-lo das mãos do primeiro-ministro”, deixou claro Maria Teresa Horta.
A escritora disse que já informou a Fundação Casa de Mateus da sua decisão, assim como a sua editora e falou com cada um dos membros do júri.
A premiada salientou ainda a “satisfação” que lhe deu ter sido distinguida “por um júri que representa três gerações de poetas: o Vasco Graça Moura que é da minha [geração], o Nuno Júdice, que é da seguinte, e o Fernando Pinto do Amaral, que é a mais nova”.
No sítio da Fundação Casa de Mateus, na Internet, é afirmado que “a sessão solene de entrega do Prémio será agendada brevemente”.
O Prémio Literário D. Dinis, instituído pela Fundação da Casa de Mateus, foi atribuído por unanimidade à escritora, pela obra “As luzes de Leonor. A marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis”, editado pelas Publicações D. Quixote.
Instituído em 1980 pela Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, o galardão é atribuído a uma obra literária - de poesia, ensaio ou ficção - publicada no ano anterior ao da atribuição do prémio.
“As Luzes de Leonor”, obra editada em 2011, é um romance sobre a vida da marquesa de Alorna, Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (1750-1839), neta dos marqueses de Távora, uma mulher que se destacou na história literária e política de Portugal num período denominado como “o século das luzes”.
D.ª Leonor de Lorena e Lencastre é avó em quinto grau de Maria Teresa Horta, nascida em 1937, em Lisboa.
Maria Teresa Horta estudou na Faculdade de Letras de Lisboa, foi jornalista e activista do Movimento Feminista de Portugal, com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, com quem escreveu o livro “Novas Cartas Portuguesas”.
“Amor Habitado” (1963), “Ana” (1974) e “O Destino” (1997) contam-se entre mais de duas dezenas de obras publicadas da escritora.»
Jornal, «Público»
Minha querida Ana
ResponderEliminarUma grande MULHER que se manteve fiel aos seus princípios, aplaudo de pé.
Deixo um beijinho e agradeço o carinho no aniversário do meu blogue.
Sonhadora
Se quiseres ler um poema diferente, postei É noite no meu País.
Ainda há, felizmente, pessoas que honram os seus valores.
ResponderEliminarFico muito orgulhosa de ser uma mulher a dar esta lição de dignidade.
Aplaudo Maria TEresa Horta de pé e a ti, amiga minha, te abraço com força.
Grande mulher de convicções....
ResponderEliminarCumprimentos
Querida Aninha
ResponderEliminarEstes exemplos são um bálsamo nesta podridão em que o vil metal é rei.
Fico muito orgulhosa.
Grande Mulher!
Reconheci, naquelas fotografias de quadros uma da Ericeira.
Beijinhos
Isabel
Bravo, Maria Teresa Horta...Mais uma para se juntar a Natália Correia e outras mais.....
ResponderEliminarComo admiro mulheres de coragem, com convicções...
Beijo