quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Refundação...

Levi van Veluw's


Dias curtos. Excesso de trabalho. Mariposas que esvoaçam fúteis e breves. Cacofonias. Dias curtos. Rostos tristes que o Verão tisnou e agora envelhecem já sem brilho. Prematuras velhices de onde a esperança juvenil se escapou. 
Gente que protesta. Velhos que tremem. Adultos que temem.
Lugares vazios acolhem os primeiros frios. Fugazes silêncios. A coragem que foge. A esperança que se afasta. Nefasta linguagem, também destruída. A vida fragmentada. Estilhaçado o sonho.
O medo. A ignorância, lugar do secreto para ser habitado. Cacofonias. Dias curtos. Fragmentos. 
País antigo. Já não somos, habitamos aqui.

Ana

11 comentários:

  1. Somos, minha amiga, somos!

    Não é ao fim de quase nove séculos que estas criaturas nos vão destruir!!

    Bom feriado.

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  2. Vês aquela luz, além?
    É amanhã... ou, talvez, pouco depois...

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  3. Não o renego....mas lamento o momento porque passamos..
    Bom resto de semana
    Beijo

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  4. Cacofonias, sim, muitas...
    Mudanças, poucas...

    Beijos, Ana.

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  5. Uma escrita fascinante. Mas ainda "Somos"! Somos povo que tem nas veias o sangue da vitória.
    Um beijo

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  6. Que beleza te ler.
    Seres não seres e fundições para refundar... te leio e reflito!

    Gosto muito!

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  7. Querida Aninha
    Isso é o que eles querem.
    Bombardear com muito barulho para atordoar e baralhar.
    Só temos que estar atentos.
    Ainda somos e seremos, sempre.
    Beijinhos e bom fim de semana, mesmo com chuva.
    Isabel

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  8. Todos me entenderam.
    Existe uma enorme «cacofonia», para baralhar aquilo que somos e não poderão destruir nunca, embora nos pretendam tornar apátridas.


    bjs

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  9. Chegou a melancolia do Inverno...

    Beijinhos

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  10. Ana,

    temo, deveras, a constatacão de que, as pessoas estão sem sonho face à dor brutal da fome. face à realidade cruel da indigência.
    é isso mesmo, Ana, é isso mesmo

    … "já não somos, habitamos aqui."

    bem haja, sempre.
    um beijo com estima

    Mel

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  11. ...Prematuras velhices de onde a esperança juvenil se escapou...


    Um texto soberbo de um país que é nosso.
    A imagem está perfeita.

    beijinhos amiga e boa semana

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