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Willem Haenraets |
Conheço o levante e o suão. Convivi com nortadas. Não é o clima que me conduz...caminho, sempre pelo mesmo parque, e é este o trilho que me leva do ninho ao labor. O suão afaga as minhas costas e eu sei que é ele e que rumo a nordeste. O sol incendiado declina e queima e o meu lugar é este. Nele habito os sonhos que vou tecendo e que burilo na rudeza ingrata do desfiar destes dias. No meu pátio ardem os gerânios, criaturas que, como eu, resistem de pé à inclemência dos idos. Só o suão nos abraça neste afago inclemente, no suor dos dias, no calor indolente...
O meu mundo navega sem rumo, porque a elite do lixo não conhece sequer o rumor das marés. Navega à vista e embate nas rochas. Sorri sem nexo e ensaia esgares de sobrevivência. Na praça deserta aves refugiam-se do ar pesado e morno. Todos desertam...
Onde se esconderam os homens deste lugar?
Ana
Um vendaval no clima das emoções...
ResponderEliminarBeijo
Minha querida Ana
ResponderEliminarPobre planície dourada...tão esquecida como esquecidos estão os nossos sonhos.
Lindo sempre ler-te.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Minha nossa!
ResponderEliminarQue bem que fi em vier aqui te ler. Já estava com saudades de tuas inquietantes proposições. Amo demais Ana!
Beijos pra ti!
...há que resistir, mesmo neste calor
ResponderEliminarinclemente...
Beijo
Querida Aninha
ResponderEliminarFizeste-me lembrar aquela canção dos Aguaviva.
"Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
Cantan com voz de hombres.
Peró, donde los hombres?..."
Porque estes são unicamente amanuenses, mangas de alpaca, servidores de outros senhores.
Que tristeza.
Hoje, por aqui, já corre uma aragem. Menos mal.
Beijinho
Isabel
Será que ainda há Homens, minha amiga?
ResponderEliminarComeço a duvidar, infelizmente.
Abraço fraterno
Gostei de ler esta história ficcionada e emocionada, misturada com partes de realidade.
ResponderEliminarHomens de desafios
não navegam à vista,
não encalham...
Tanto navegam no mar
como nos rios...
Um abraço, amiga Ana.
Alguns são expulsos
ResponderEliminarnas galerias da Assembleia da República
Bem-vinda ao meu mar
Tenha fé nos Homens querida professora... tenha fé.
ResponderEliminarBeijinhos grandes!
« Onde se esconderam os homens deste lugar? »
ResponderEliminarUm pergunta pertinente minha amiga.
«...porque a elite do lixo não conhece sequer o rumor das marés»
Infelizmente nunca conhecerá.
beijinho e boa semana
Fê
Querida Aninha
ResponderEliminarBeijinho e boa semana
Isabel
Gosto de gerânios.
ResponderEliminarApesar... dos pesares, que sempre se teçam sonhos.
Bjinhs, amiga, boa semana!
Ana,
ResponderEliminarTempos bárbaros,
cruéis,
desumanos...
Que carga sobre os ombros!
Valha-nos a Poesia!
O teu poema
retempera as forças
para a jornada!
Boa semana
Um abraço de amizade
"...
ResponderEliminarporque a elite do lixo não conhece sequer o rumor das marés. Navega à vista e embate nas rochas. Sorri sem nexo e ensaia esgares de sobrevivência.
..."
Adorei ler estas inquietações porque são minhas também!
Um grande abraço
A primeira parte do texto é linda, ainda que tenha sido pensada com o calor à costas...
ResponderEliminarA segunda parte é ainda mais realista e retrata na perfeição a incompetência e a mediocridade políticas em curso.
Tudo junto, foste execelente com as tuas palavras.
Ana, querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijinhos.