segunda-feira, 29 de julho de 2013

Yannis & Gorkem Saoulis

Tessaloniki

Ontem arrefeceu, subitamente. O anfiteatro ficou quase vazio. Pergunto-me, intimamente, por onde andarão os meus conterrâneos. Por vezes, uma irrealidade assola esta localidade: todos imitam todos. 

Gostaria de tecer fímbrias de  adjectivos e de palavras inusitadas, mas a realidade impõe-se, atípica e sombria, nestes dias de Verão. Partiram todos de férias, viajam como se fora a última coisa que pudessem fazer...

Recordo tempos assim, «années folles» entre duas guerras, e percebo a construção destas realidades em fuga, em busca de mundos oníricos.
Os dias pesam como chumbo, as noites são longas e fantasmagóricas. Ouvem-se raposas que gritam do outro lado do rio e o lodo cresceu com os calores do Estio. 
Aqui, uma voz da Macedónia grega ecoa e dialoga perene com a tradição turca. Gorkem Saoulis leva-me na fuga. Também eu, afinal, me escapo deste lugar abandonado.  
Irmanemo-nos, meu irmão do Sul, que a harpa soa serena e o kanum taksim é o arfar dos destemidos!

Ana

7 comentários:

  1. Essa terra cada vez mais deserta já tem pouco para nos oferecer...
    Só vi o seu comentário agora. Sim, já estou de férias, mas continuo por Lisboa.
    Consigo está tudo bem?

    Beijinhos

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  2. Um dia seremos de novo crianças
    nas águas do nosso rio

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  3. Adorei a escrita...Assim dá gosto...
    Beijo

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  4. Querida Aninha
    Também vou de férias. Por uns dias e a uns escassos 42 quilómetros de Lisboa.
    Vou para o sol, mar e ar limpo, principalmente isso.
    Também dou férias ao computador.
    Gosto sempre muito dos teus textos.
    Até breve.
    Beijinhos
    Isabel

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  5. Faço meu esse teu apelo, amiga, que o Sul , o magnífico Sul, se una!


    Bons sonhos, Aninhas

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  6. A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras.
    ~Albert Einstein
    Cumprimentos

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