domingo, 4 de maio de 2014

Contos


Hoje celebrou-se o dia da mãe e o meu filho, que bem me conhece, ofereceu-me este exemplar. Já li muitos dos contos que contém, mas o repositório de magia,  a frase curta e o humanismo que se desprendem da prosa de Gabriel Garcia  Marquez sempre me seduzirão. Gosto de contos sul-americanos. Ler será sempre uma das formas de preencher a minha angústia.
O conto que melhor se adequa ao dia de hoje, neste país de súbito Verão, quando se destemperam as quimeras e se encenam os títeres, é um escrito pelo autor em 1950 e a que deu o título de A Noite dos Alcaravões. Aqui deixo um excerto:

«- O que é que estão a fazer aqui? - perguntou.
E nós respondemos:
- Não sabemos. Os alcaravões tiraram-nos os olhos.
A voz disse que tinha ouvido falar disso. Que os jornais tinham dito que os três homens estavam a beber cerveja num pátio onde havia cinco ou seis alcaravões. Sete alcaravões. Um dos homens pôs-se a cantar como um dos alcaravões, imitando-os. [...] 
Disse que era o que os jornais tinham dito, mas que ninguém tinha acreditado.» (pág.437)

Alcaravão




9 comentários:

  1. Não é mãe quem quer, mas quem saber ser
    ouvir filhos faz parte desse saber

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  2. Contos que se contam...
    Mãe os seus filhos ama
    Pessoas que encantam
    Amor de mãe não engana!

    Tenha uma boa noite amiga Ana Tapadas, um beijo.
    Eduardo.

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  3. Ditosa mãe que tal filho tem.

    Vi a referência a Gabriel Garcia Marquez e vim logo saber. Claro que o pequeno trecho acicatou logo a minha curiosidade... :)

    Obrigada

    Bj

    Olinda

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  4. No espelhos das águas

    tudo é mais claro

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  5. Oi, Ana!
    Não sei se esse é o mesmo livro que tenho em casa e que também contém esse conto.
    Confesso que leio Garcia Marquez bem devagar... num vagar prazeroso.
    A Noite dos Alcaravões, é dramático no sentido de dar luz ao drama de três cegos que têm seus olhos arrancados por essas aves - numa alegoria à perversão dos regimes totalitários? É que depois dessa noite só conseguem amar, ver e imaginar o corpo de uma mulher pelo olfato... Imagino que existem muitas pessoas com olhos e que também preferem não enxergar.
    Beijus,

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  6. gosto do GABO, mas confesso que este conto ainda não li.

    uma bela oferta para a mãe.

    :)

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  7. Ler também será sempre um bálsamo para mim.

    De Garcia M. agradou-me muito "Crónica de uma Morte Anunciada".

    Aninhas, que seja bem agradável a tua semana

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  8. pelos frutos se conhece a árvore...

    beijo

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  9. Querida Aninha
    Andam por aí muitos alcaravões...
    Estes falam, falam e ninguém acredita.
    Ando cheia de trabalho. E estes dias bonitos convidam não audam nada.
    Beijinho de amizade
    Isabel

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