quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Temos o dever

Revista, Exame


Esta não é uma marcha triunfal. 
Não vivemos num tempo em que se possa perdoar o hedonismo. A ilusão do mundo virtual não pode distrair a triste realidade de afloramentos perigosos. A decadência narcisista tomou conta dos valores humanos, especialmente no, dito, Ocidente...
Entre o Modernismo e uma Idade por vir, atolamos a Humanidade numa Idade do Meio, uma Idade Média em que tudo se desconstrói.
Temos o dever de desconstruir a superficialidade reinante.
Assim, e para que nunca possas dizer que não te falei das flores, recordemos o duro silêncio de todas as religiões e a mudez de todas as almas que se dizem boas...
Não me peças um poema doce, pois este é um caminho para perigosos regressos e já outros, antes de mim, ergueram as suas vozes. 




Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Pelos campos há fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição De morrer pela pátria e viver sem razão Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

4 comentários:

  1. Dos seus países fugindo,
    para onde na incerteza
    se encontrarão sorrindo
    noutro pais quem os receba?

    Tenha uma boa noite amiga Ana, neste ainda seu/nossos pais Portugal.
    Bjs.

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  2. "Quando eles lançam pedras atiraremos" respondeu o líder dum país( democrático ?)
    bjos

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  3. Que belo poema....Não conhecia...
    Sempre generosa...;obrigado pelo seu comentário
    Beijo
    Festas Felizes

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