2019 |
Onde irás, tu, com essas roupas? Sabes que a resposta é íntima...essa é a minha cor preferida. Nela se mergulha o meu Verão alentejano, com ela compreendo a Humanidade.
Alguma vez ouviste a guerra? O céu nocturno rasgado pelo fogo? Os gritos dos inocentes, ou o choro dos homens adultos? Sabes bem que vou ouvir a guerra, ali no alto dos montes a meio do Oriente. Já te esqueceste daquela vez no Trieste, quando do outro lado do Adriático os meninos choravam e os «aliados» violavam as mulheres que deveriam proteger?
Vamos ouvir a guerra, pois vivemos nesta sociedade em que ela alimenta as trocas, espalha a ganância e maltrata os incautos. Todos deveríamos, um dia, ouvi-la e saberíamos qual o fruto maduro da Terra Prometida.
Sabes as causas da última Grande Guerra. Digo-te: oxalá fora a última!
Eu vou visitar uma das consequências da II Guerra, por isso, não culpes os que ali estão. Escuta, antes, do outro lado dos montes, o claro ribombar que atormenta os herdeiros do porvir.
Nenhuma coragem ali me leva, apenas a minha condição de ser humano que sabe aquilo que a vida lhe tem ensinado.
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Montes Golã na fronteira com a Síria |
Ana
Nota: este texto não é uma ficção.
Nota: este texto não é uma ficção.
Perguntas onde vou
ResponderEliminarrespondo
sei que não irei
para onde me empurram que vá
Escuto (...) «o claro ribombar que atormenta os herdeiros do porvir» e... concluo
Podemos dormir com a tranquilidade de um justo?
Ouvir a guerra. Ouvir o choro dos meninos. Ouvir o som das armas. Ouvir os passos dos que fogem com o medo agarrado ao corpo… Inquietante o teu texto Ana, mas muito belo.
ResponderEliminarUm beijo grande.
Fica assim ,porque a grande maioria de pessoas permanece em silêncio
ResponderEliminarbeijos
É preciso lembrar.
ResponderEliminarTambém espero sempre oportunidades para o fazer, pelo que,
no dia 12 compus para o Refúgio dos Poetas, uma poesia com
a intervenção possível...
É por isto que gosto do seu blogue, querida Amiga.
Terno Abraço.
~~~
ResponderEliminarQuerida Ana
Há alturas em que temos de fazer aquilo a que somos levados por um empurrão íntimo, que sai de bem dentro de nós. "Tenho de lá ir, embora saiba o que me espera". Talvez lá ainda se oiça o ribombar de todos os horrores mas talvez, também, seja a única forma de mostrar aos que sofreram e sofrem que as nossas evocações não são em vão.
Beijinhos.
Olinda
Antes fosse ficção...
ResponderEliminarAs guerra são tão antigas como a humanidade, mas cada vez matam mais gente.
Magnífico texto, gostei imenso.
Ana, um bom fim de semana.
Beijo.
Só com o fim da humanidade as guerras terão fim. Porquanto a ganância de alguns homens. Que não olham a meios para atingirem os fins. For superior à da vida humana!
ResponderEliminarBom fim de semana amiga Ana. Bjs.
Comovida, deixo-te aqui o meu abraço fraterno ( infeliz e simplesmente, não creio que a Humanidade alguma vez consiga viver sem estar em guerra algures)
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