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Rob Gonsalves |
TEMPO
Tempo — definição da
angústia.
Pudesse ao menos eu
agrilhoar-te
Ao coração pulsátil
dum poema!
Era o devir eterno em
harmonia.
Mas foges das vogais,
como a frescura
Da tinta com que
escrevo.
Fica apenas a tua
negra sombra:
— O passado,
Amargura maior,
fotografada.
Tempo…
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a
ampulheta duma vez!
Que realize o crime e
a perfeição
De cortar aquele fio
movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na
sua teia!
Miguel Torga, Cântico
do Homem, Coimbra editora, p.p.
51-52
Muito devagar, muito devagar...que agora os dias do Ensino à distância nos maceram o olhar, difícil é chegar até este Sul. Muito lentamente irei saldando a minha dívida de visitas às páginas amigas.
Saúde!
Se com Torga
ResponderEliminarme pagas
o preço da tua ausência
posso dizer-te
que a nossa conta-corrente
está saldada
Ou, melhor dizendo
eu é que fico devendo
Saúde, da boa!
Lindo poema escolhido e que bom te ver! Fazia tempo ! beijos, bons trabalhos por aí! chica
ResponderEliminarTorga sempre foi um dos meus poetas favoritos.
ResponderEliminarLi-o tanto ou mais do que li o meu avô...
Obrigada e um abraço, Ana!
Gostei desta sua escolha, embora para ser sincera, gostaria de qualquer outro poema que postasse de Miguel Torga que é um dos meus poetas de eleição.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Neste tempo enclausurado e adiado, deliciou-me reler e apreciar o poema de Torga...
ResponderEliminarEspero por ti o que for preciso, querida amiga. Beijinhos
~~~
Boa partilha Bj
ResponderEliminarÈ sempre um prazer ler um poema tão belo
ResponderEliminarAna, grata por sua visita ao meu blog e sua apreciação ao poema da querida amiga Elvira
Seja sempre bem vinda ao Sonhos e Poesia
Um maravilhoso fim de semana
Beijinhos
Bello te mando un beso
ResponderEliminarEnamorada de las letras
Bom dia Ana, obrigado pelo maravilhoso poema.
ResponderEliminarTorga sempre me agradou.
ResponderEliminarMinha querida amiga, abraço estreito e solidário nestes tempos complicados .
Bom fim de semana :)
ResponderEliminarMiguel Torga aqui num dos seus melhores poemas.
Que melhor definição para o Tempo, essa entidade
que transcorre inexorável sem atender às nossas
razões?
Adorei a tua escolha, querida Ana.
Beijinhos
Olinda
Não podias teres escolhido melhor poeta e melhor poema querida Ana.
ResponderEliminarVem ao nosso encontro, ao teu ritmo...
"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade."
Miguel Torga
Um beijinho
Fê
Uma bela escolha de um grande poeta.
ResponderEliminarObrigada pela visita e comentário tão generoso que agradeço imenso.
Bom domingo!
Beijinhos
:)
Ler Miguel Torga é sempre um gosto, qualquer coisa que nos faz bem. Que bom encontrá-lo aqui.
ResponderEliminarUma boa semana. Muita saúde.
Um beijo.
Um belíssimo poema a ilustrar este tempo que nos entisica.
ResponderEliminarBoa semana! Levezinha.
Beijinhos
O ensino quer-se presencial, prático, físico...
ResponderEliminarPronto, há as circunstâncias, e mais vale um E@D que uma aprendizagem a voar. Porque nunca se sabe onde vai parar (saco roto?).
Para além das evidências, fixo-me nas tuas palavras e no quanto elas encerram. O teu Sul tem uma guardiã de se lhe tirar o chapéu.
Um beijinho, Ana :)
Excelente escolha poética.
ResponderEliminarO ensino à distância, com a experiência que tenho dos meus netos, é deveras pesado. Para os professores, para os alunos e para os acompanhantes das crianças. Mas isto vai passar...
Bom fim de semana, querida amiga Ana.
Beijo.
Miguel Torga no seu melhor e a verdade é que quanto mais a vida avança mais difícil se parece tornar a gestão do tempo.
ResponderEliminarE não sem alguma ponta de ironia, os últimos 12 meses, em grande parte em confinamento, forçado ou voluntário, revelaram-se particularmente pouco produtivos.
Um beijinho para ti