domingo, 18 de janeiro de 2015

A Torga

torga (google)

Súplica

Não adiem a nova primavera.
Olhem que ramos tristes, os meus braços!
Trinta invernos a fio, e só dez anos 
De rosas de inocência e de perfume!
Lume!
Lume é que a vida quer nos ímpetos gelados!
Homens a arder de sonho e de alegria,
Em vez de candelabros de agonia,
Apagados.

(M. TORGA, Canto do Homem)



ANTT

Desespero

Homem, que perdição!
Que desgraça!
Um arco de triunfo em cada praça
A consagrar a tua perdição!

(ibidem)

PIDE  - ANTT


13 comentários:

  1. Isto não é apenas belo
    É forte
    E dá força
    e
    mesmo tendo-a
    ma reforça

    (vou ter de usar isto, querida amiga)

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  2. Lume que a vida quer,
    quando a vida lume exige
    a força quem a tiver
    viver bem em paz é fixe!

    Desejo-lhe uma boa noite amiga Ana, um beijo.
    Eduardo.

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  3. Grande Torga!

    Ainda existem Homens assim? ..

    Minha querida , forte abraço.

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  4. Querida Aninha
    Torga é como uma seiva libertadora.
    Adorei os teus amigos mais racionais que muitos humanos. São lindos, lindos.
    Beijinhos, boa semana.

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  5. Excelente esta tua homenagem a uma figura ímpar da nossa cultura.
    Vinte anos se passaram mas as suas palavras cada vez são mais actuais.

    beijinho amiga Ana

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  6. Torga, escreve num tempo de cardos crivado. Hoje do cardo só querem deixar-nos ver a flor que, quando existente, é débil e efémera.

    Beijo

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  7. Relembrar, sempre, por quem lutar pela dignidade fez bandeira, até ao fim.

    Um beijo :)

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  8. Sim, "a torga". Plantinha humilde que o grande escritor escolheu para apelido no conjunto do seu pseudónimo. E que bela homenagem, querida Ana! Somos riquíssimos na nossa literatura a que pessoas tão ilustres dão voz.
    Hoje o Xaile faz 4 aninhos. Vim trazer beijos e abraços e, também, um pouco do queque que encontrei na net.:). Olinda

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  9. Olá, a vida exige lume, que vida pode existir sem lume?
    AG

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  10. Oi, Ana!
    Um escritor íntegro e livre. Quando leio seus poemas sinto a beleza incomensurável que se vê da Galafura, a dor de um filho que acaba de perder a mãe, o espírito inquieto de um Orpheu Rebelde...
    Por demais telúrico!!
    Beijus,

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