segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Flor inaudita

Alentejo, José Alves

Caminho pela charneca. Botas grossas habituadas à distância. Assim endureço o corpo e alimento a voragem do frio Inverno. Sob os meus passos quebra-se o último gelo da madrugada. Pisar as gélidas manhãs é a arte de saber que o brilho solar aquecerá o dia. Certeza de um calor prometido aos que inspiram o limpo ar da planície. Amo esta distância entre a hipocrisia palaciana e a imensa planura deserta.

Alentejo, José Alves

 É nesse pasmo renovado que amanheço e me reinvento. Assombroso Anteu que sempre me renovas! Prece infinda à Natureza escrava. Enfrentemos cada dia olhando essa pequena flor extemporânea e inaudita! Flor espantosa, cujo fascínio, sinal da maravilha, traz a promessa de um Dia melhor.


Alentejo, José Alves


Ana

13 comentários:

  1. Sinto a falta
    disso
    de que me fala

    aqui só calcorreio
    pedra da calçada

    ah! e faltam flores

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  2. "Amanheço e reinvento"---- é isso mesmo :)

    Um bom dia de reis, e claro, um belíssimo 2015 :)

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  3. gosto de flores sem nome - que habitam a charneca!

    ... e (a minha) montanha!

    muito belo teu texto.

    beijo

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  4. Lindas são essas imagens do Alentejo,
    nas verdejantes pastagens gado cavalar
    também uma flor roxa, numa delas vejo
    sobre a planície nuvens negras a pairar!

    Boa noite amiga Ana, um beijo.
    Eduardo.

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  5. Como gostaria de poder saborear o Alentejo, o meu Alentejo, assim...aqui,é como diz o Rogério : nem flores nem terra vermelha, só calçada.

    Aninhas, bom 2015 :)

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  6. Em comunhão com a natureza,ouvindo os seus silêncios e os seus sons, sentindo o seu perfume, passeio que enrijece o corpo e amacia a alma.

    Belas palavras aliadas às também belas imagens. Parabéns aos dois.

    Beijinhos, querida Ana.

    Olinda

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  7. Boa tarde, sou um admirador do Alentejo, conheço as suas lindas paisagens e aldeias, viajo quase todas as semanas para o belo e simpático Alentejo que adoro.
    AG

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  8. Querida Aninha
    Faltam-me essas raízes. Voltava ao campo no tempo dos meus pais. Vivo na cidade mas penso no tempo em que as férias, nessa altura ainda grandes, com uma saudade da liberdade e dos vastos horizontes.
    Pois é amiga os Natais vão ficando mais pequenos.
    Beijinhos com amizade

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  9. Olá,Ana!
    O Alentejo é tudo isso: flores silvestres, sossego, espaço abundante, ar puro, um oásis de tranquilidade.
    Um abraço,
    Jorge

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  10. Também sinto falta dessa "distância entre a hipocrisia palaciana e a imensa planura deserta."
    Pelo menos aí renovas a esperança, por aqui está a ser mais difícil, talvez porque a paisagem é mais agreste.

    beijinho amiga Ana

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  11. Dou contigo esse passeio para me reinventar...
    Um beijo.

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  12. A natureza... Como eu te entendo, Ana!

    Um beijo :)

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