Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 16 de julho de 2016

Fraternité

expedia.com

O lugar é muito belo. Ali, o Mediterrâneo beija suavemente uma orla de areia grossa e acordámos de espanto na nossa primeira grande viagem, aturdidos pela beleza e pelo encantamento permanente dos iniciados. Tão jovens, mal tínhamos passado os vinte anos e o peito mal continha a avassaladora paixão que, assim, uniu o meu Sul e o teu Norte. Havia gente, serenamente, nas ruas, mas nós pulámos para a praia, para o duche e para o encanto da longa marginal - «Promenade des anglais».
Estivemos, ali, mais duas vezes com o nosso filho. O encanto já não tinha a novidade, mas perdurava ainda. A luz clara, o azul tão puro, o Amor!
Agora, letras de sangue orlam este mar e desaguam naquela rua feita de verão e dos sonhos viajantes.
A barbárie e a loucura espreita em cada esquina o homem comum que ainda acredita na Humanidade...

Ana

14 comentários:

Edum@nes disse...

Triste acontecimento de terror, que manchou de sangue humano, as ruas daquela cidade, beijando o mar mediterrâneo. Antes que seja tarde de mais, em defesa da paz, contra o terror, para que se possam evitar, futuros atentados desse ou de outro género, dos quais as vitimas não têm culpa dos erros cometidos pelos seus líderes. Sem demora deve o povo desses países que estão sendo ameaçados. Dizer basta! parem com os bombardeamentos de destruição e morte de homens, mulheres crianças inocentes. "Quem ventos semeia colhe tempestades"!

Tenha amiga Ana, um bom dia de domingo, à sombra porque está muito calor, um beijo,
Eduardo.

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, infelizmente o inesperado acontece, quando se pensa que vai-se aqui ou ali para apreciar algo, o fanatismo provoca sangue aos inocentes, logo aparecem as lágrimas de crocodilos daqueles que negoceiam com os fanáticos assassinos, assim se vive.
Boa semana,
AG

Sara com Cafe disse...

Que imagem linda,
que escrita intrigante.
Adorei.

abraço.

Jaime Portela disse...

E não há forma de evitar acontecimentos trágicos como o que aconteceu em Nice.
E até os lugares ficam menos belos...
Magnífico texto, minha amiga, gostei imenso.
Ana, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.

Majo Dutra disse...

~ ~ ~
Grotesco, hediondo e muito preocupante...
Completamente indefesos perante a alineação,
mas não deixes que interfira nas tuas doces memórias.
Beijinho.
~~~~

Graça Pires disse...

Muito comovente e belo o teu texto, Ana.
Não nos podemos alhear desta engrenagem medonha montada por artífices de paradoxos e de medos...
Um beijo, minha amiga.

AC disse...

Infelizmente a barbárie parece ter vindo para ficar, Ana. Nada será como antes.

Um beijinho :)

Manuel Veiga disse...

a sangrar - teu texto...

beijo

Fê blue bird disse...

Minha querida amiga, quando estamos reféns de loucos, nada está intocável.

Muito sentido e belo o teu texto.

beijinho

Petrus Monte Real disse...

Ana,

os mais recentes acontecimentos [incluo também o atentado de Munique, ainda de contornos mal definidos, a correr pelo mundo fora] fazem-nos pensar que é cada vez mais difícil acreditar na Humanidade!
O terrorismo mata inocentes: quem mata inocentes merece castigo, mas, no horizonte mais próximo, não vejo quem possa fazer Justiça [e não só vingança, porque esta mantém o verdadeiro conflito entre pessoas civilizadas e não civilizadas]
Um beijo

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Triste realidade esta em que vivemos. O mais trágico é sabermos que este perigo nos espreita em qualquer lado.
Para onde irá esta civilização que levou milénios a construir?
Quem tem crianças como as vai preparar para isto?
Fica, para já o doce testemunho de um grande amor, o teu. Magnífico.
Beijinhos e feliz domingo.

alfacinha disse...

Que barbárie, o horror continua sem piedade
Abraço

Olinda Melo disse...


É verdade, querida amiga, são actos horrendos que conspurcam a pureza desses lugares.
Que as doces recordações nos lavem da crueldade que abafam os nossos dias.

Um bom fim de semana.

Beijinhos

Olinda

CÉU disse...

Um texto de amor e lembranças. Agora, o sítio continua belo, mas semeia-se o terror, a morte e o horror. Tudo culpa, na minha ótica, da liberté, fraternité, et egalité. A tomada da Bastilha já lá vai e há povos, pessoas, que não conhecem, nem respeitam estes conceitos. Está-lhes no sangue. A Europa precisa de ordem e de mão pesada.

Beijinhos e bom domingo, Ana!