|
Belmonte, José Alves |
NOTA PRÉVIA PARA OS MAIS INCAUTOS: não há coincidência entre o real aparente e o imaginário. As minhas palavras não são autobiográficas e não se destinam a ninguém. São palavras e eu gosto de as juntar. Talvez nasçam de algum dia cansativo de trabalho, do voo de uma ave, da luz do amanhecer, de alguma fugitiva nostalgia...
Poderia dissertar sobre teorias literárias, mas este não é o meu espaço de trabalho e não considero plenamente literário aquilo que escrevo. Assim me sinto desculpada.
Preciso desta nota, para responder a algumas pessoas que me têm questionado sobre o assunto.
Não devia, sem dar, fazer nascer o repartir,
Não devia vir onde me afasta o meu ir...
Este encontro nascido do regresso,
Esta alma nua a virar almas do avesso!
Não queria ser suave e ser ferro;
Não poderia ser o gérmen do erro.
Não queria fazer vergar se estou a vacilar,
Não podia partir no meu sentido ficar!
Meu Deus, isto que lanço, isto que invento,
Isto que é um aproximar, um pressentir,
Jamais veio de mim ou do meu intento!
Senhor, por que sou um não sei quê que faz sentir
Um desencontro de protegida dormindo ao relento?
Por que sou a perturbação de quem me pede p'ra sorrir?
Ana