Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 29 de dezembro de 2013

2014

Jim Warren, God is an artist


Breve o Tempo leve!
Que Cronos não corre
E espera paciente,
Ciente...
Pois tudo criou
E tudo devorou!

Kairós espera o Momento,
Atento...
Em que oportuno, fugaz,
Enfrentará o audaz
Tirano violento.

E instaura-se o Tempo uno
Em que o humano se compraz.

Ana


FELIZ ANO GREGORIANO DE 2014!

 http://www.mat.uc.pt/~helios/Mestre/H01orige.htm
Estão em uso no planeta mais de vinte calendários.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Saúde e Paz

Leonardo Da Vinci, Uffizi, Florença

Boas Festas, meus amigos!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Seria

Ernest Descals
Se tu quisesses
Era a Viagem!
Condicional...
Imperativo do teu ser
Ideal...

Amando o abismo
Na viragem...
De um incondicional
Renascer!

A paragem.

Equação postulada
Inexistente...
Que procuras resolver
Semi-demente!

Mulher!

Mas...
Adversativa fugaz,
Imperativa clara
Como um súbito alvorecer!

Ana

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Projecto


José A. Traub Bauer, pintor chileno


Faz vento
E eu sei...
O teu segredo!
A profusão de ideias,
O vegetar profundo
Dos teus lamentos,
Adolescente...

Faz vento
E tu não sabes
A voz do sonho
E os dedos largos
Na confusão da brisa,
A tua viagem
Inconcebida, vaga...
Tu eras
Infinitas ânsias
A germinar!
Tu ias...
No teu sonho
Marginal...

Quando me olhas
Tens uma sede 
Que não satisfaço.

Quando sonhas
E receias...
Vagueias suavemente
À procura de um fantasma.
Quando agrides
Com palavras...
No receio das ideias
Tu inventas o desejo.

E se te vejo e sorrio
Ficas à beira do abismo!
Sou a tua vertigem
Se me aproximo
E não digo...
Naquele tom monótono e vário:
«Escrevam o sumário».

Ana

sábado, 7 de dezembro de 2013

Íntima


Leonid Afremov

Não mais o revoltoso incongruente
Dos meus etéreos primeiros anos;
Não mais a ilusão intermitente
Avassalando os ilusórios desenganos!

Fui criança buscando a vida e nada mais.
Sozinha li e aprendi a teimosia silenciosa.

Não sei donde jorrou, agora, impetuosa 
Esta triste torrente de tinta em caudais...

Tempestade, serena, eu te sublimarei!
Após ti, o sol iluminará, calmo, a alma.
Silenciosa, só, até à luz  caminharei...
Buscando, vacilando, lutando até à calma!

Ascese, diria, talvez, se soubesse cumprir!
Direi, apenas, mulher humana - amor...
Peito aberto, temes mostrar, tentas fingir
Só porque amas, amas, com todo o fragor?

Estranhas em ti essa verdade sublime,
Esse Amor sem limites nem barreiras?
Esqueces-te que, afinal, a dor redime
E que o Amor é luz sem fronteiras!

Ana

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Anjo e demónio

Alyssa Monke, óleo sobre tela, 2009

Quem és tu anjo e demónio,
Mulher e criança de um dia presente?
Porque lês silenciosa o Deuteronómio  
Procurando um Deus omnipresente?
Mulher - virgem em fantasiosos devaneios;
Parturiente de uma vida por conceber...
Tu! Mãe de filhos ainda por nascer,
Peito carregado de nobres anseios!

Mulher ou menina, sensível e indiferente,
Que procuras dar e sonhas receber,
Vivendo num mundo igual que vês diferente.
Tu! Que queres amar e receias sofrer!
Embrião crescido numa incógnita verdade,
À procura de uma justiça inconcebida...
Rebelde e conservadora de uma mesma sociedade;
Humilhada em passo de subida...

Quem és, ser estranho, que vives em mim
E amas até aos limites da tua dor,
Fiel aos outros e traindo-te assim,
Nessa concepção profunda e egoísta do amor?
Tu! Sublime e injusta num tempo e num lugar,
Segura e indefesa de uma mesma condição,
Generosa e exigente num mesmo caminhar;
Paradoxo vivo de uma igual contradição!


Ana

30 de Novembro de 1978