![]() |
Alto Alentejo, 2023 |
![]() |
Alto Alentejo, 2023 |
![]() |
Portugal, Campanhã, colégio maior Camilo Castelo Branco - 2023 |
Inundado, neste Novembro
De estridências e cacofonias,
Pressagia, endeusado, o mosto
Dos sonhos de Setembro...
Saliências erguem-se, medonhas,
No rosto triste do Norte!
Rebeldias de rios que transbordam,
Na juventude apagada pela velhice!
Fugas fugazes, furiosas...
No rosto tão triste da morte.
Ana
Com uma melhoria significativa na minha visão do olho esquerdo, atiro-me à leitura. Dias de sangue e de chuva intensa, levam-me a Amos Oz - ainda não tivera ocasião de encontrar este seu livro.
![]() |
Montemor-o-Novo (castelo), 2023 |
São os ecos distantes das guerras que nos torturam. Alguns enfiam a cabeça na areia ou levitam nos sonhos, nós vagueamos por aí...sempre fomos aonde tínhamos que ir, fitámos nascimentos e moribundos. A vida tem estes ciclos e alguns são de retrocessos em espiral. Por aqui, viajamos no tempo - são as nossas "voltas". Já te detiveste para reflectires sobre o sentido desse termo?
![]() |
Oliveira, Castelo de Montemor-o-Novo, 2023 |
Chegada até aqui, talvez cultivada por Ísis, a mulher de Osíris, é este o seu tempo. Tudo tem o seu tempo! Das mãos dos fenícios, às dos gregos e às dos romanos, o crescente fértil e a Civilização vivem nela. Porém, que fizemos aos tempos? Onde pára a Civilização?
A minha amiga Christel, sitiada em casa, diz-me que ela se desmorona pelas ruas da sua Bélgica. Os ecos da distância ecoarão, sempre, na Europa. Afinal, como há tanto tempo escreveu Anaxágoras, "Tudo faz parte do Tudo"...
![]() |
Montemor-o-Novo, 2023 |
Na distância, a nova cidade espraia-se ao olhar! Tudo vai mudando, pois bem sabemos que a velha urbe se aninhava na cerca do castelo. Os lugares mudam de lugar, implacavelmente. E, este, é sítio de muitas mudanças. A História não se cristaliza. Mas, diz-me, o que nos sobra de tudo isto? A face grotesca dos mortos, como naqueles que tanto nos impressionaram, ali na entrada daquele museu - catorze séculos antes da era comum, mais estes XXI que tanto nos torturam...que velhos sinais de Civilização! Trinta e cinco séculos, porém nada aprendemos.
Jerusalém, 2019 - José Alves |
![]() |
Choça do castelo, Nougar, Baixo Alentejo |
![]() |
Vista sobre o Parque de las Brujas (Espanha) |
![]() |
Castelo de Noudar |
![]() |
Noudar, Baixo Alentejo |