Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Frágil

 

Pólis, Agora de Atenas - José Alves


        Sentada na Agora, sinto esse silêncio de quem volta ao lugar de onde partiu um dia. Perto, o mundo entrou num turbilhão desmesurado. Aqui, o bosque me abriga e a voz dos filósofos ainda ecoa. Aqui, tudo se decidia e se escreviam as leis a cumprir.
    O Planeta, enlouquecido, enfurece-se contra a fragilidade dos humanos. Os humanos, enraivecidos, continuam as matanças. O caos impera e a religião usurpou o lugar do conhecimento, para justificar o paradigma que criou com a política.
    Estou sentada na Agora e aqui é o coração da Pólis. Sinto-me amparada, regressei a casa. 
     



Agora de Atenas - José Alves



Ana Tapadas, in Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea, Vol. XVI.