Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

«Mão aberta e o dedo indicador a tocar o polegar»




Caça F-35 da Força Aérea de Israel, 2019


Quando presenciamos situações extremas e no nosso íntimo as guardamos, uma perspicácia qualquer, apurada e constante, aguça-nos o olhar. Temos que experimentar...estar lá, sentir. Quem pode ser indiferente ao caça F-35 (dizem-me) que sobrevoa este lugar?


Israel, 2019

Quem pode ser indiferente aos jovens, quase imberbes, do outro lado da estreita rua e comer tranquilamente, oferendo as costas indefesas a esta invenção de Uziel Gal? Parece leve a Uzi...
Sou alentejana, sabe-lo bem, o meu pacifismo íntimo há muito que sabe exactamente como se usa uma arma. A imensidão da minha planura educa-nos para a defesa, ou se preferires, para a coragem.


Israel, 2019

Sim, estavam nos lugares sacros e rezavam no Muro. Celebrava-se um ritual muito específico e no dia seguinte houve dois mortos a escassos metros... Tishá BeAv nunca trouxe boas memórias...


Knesset, Israel, 2019

Do outro lado, a Universidade, a Biblioteca Nacional e o fabuloso museu que aqui me trouxe...deste lado, em plena campanha eleitoral, o edifício do parlamento onde o conservadorismo se instalou. Eu, já te disse várias vezes, corro atrás da História.


Torres de vigia, Knesset, 2019



Sabes bem que não poderei aproximar-me e muito menos fotografar tudo! Por isso, será no meu íntimo que continuarei a guardar as memórias destes lugares.
Quantos museus tenho em redor? Muitos, muitos! Andei vinte e seis quilómetros nesse dia. Que importa? Sou alentejana, recordas? Que me importa a distância?



Mas nada ali me atemoriza! Fui e voltei e hei-de regressar!

Aquilo que me preocupa está aqui tão perto! Há um rumor que vem de longe, há uma indiferença ao rumo, um caminho para uma ignorância galopando sobre os gestos, sobre os indícios...aqui, em Portugal!

«Mão aberta e o dedo indicador a tocar o polegar» numa concentração de «forças da Ordem»?!




2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Entre o muro e a bala
tremo
é com o indicador que se dispara
é com o polegar que se rearma
a arma

Ah, querida amiga
a calma engana
que o diga a planície alentejana
onde já mal existe vivalma

Edum@nes disse...

Será necessário haver ordem,
para que se possa evitar o sarilho
porque onde houver desordem
o indicador poderá premir o gatilho?

Onde o calor do Sol mais se sente,
outrora aconteceu com brutalidade
no campo contra quem humildemente
trabalhando o fazia com humildade!

Bom Domingo cara amiga Ana. Beijinhos.