Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Flor inaudita

Alentejo, José Alves

Caminho pela charneca. Botas grossas habituadas à distância. Assim endureço o corpo e alimento a voragem do frio Inverno. Sob os meus passos quebra-se o último gelo da madrugada. Pisar as gélidas manhãs é a arte de saber que o brilho solar aquecerá o dia. Certeza de um calor prometido aos que inspiram o limpo ar da planície. Amo esta distância entre a hipocrisia palaciana e a imensa planura deserta.

Alentejo, José Alves

 É nesse pasmo renovado que amanheço e me reinvento. Assombroso Anteu que sempre me renovas! Prece infinda à Natureza escrava. Enfrentemos cada dia olhando essa pequena flor extemporânea e inaudita! Flor espantosa, cujo fascínio, sinal da maravilha, traz a promessa de um Dia melhor.


Alentejo, José Alves


Ana

13 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Sinto a falta
disso
de que me fala

aqui só calcorreio
pedra da calçada

ah! e faltam flores

Daniel C.da Silva disse...

"Amanheço e reinvento"---- é isso mesmo :)

Um bom dia de reis, e claro, um belíssimo 2015 :)

Mar Arável disse...

À flor dos sentidos

Bj

Manuel Veiga disse...

gosto de flores sem nome - que habitam a charneca!

... e (a minha) montanha!

muito belo teu texto.

beijo

Edum@nes disse...

Lindas são essas imagens do Alentejo,
nas verdejantes pastagens gado cavalar
também uma flor roxa, numa delas vejo
sobre a planície nuvens negras a pairar!

Boa noite amiga Ana, um beijo.
Eduardo.

São disse...

Como gostaria de poder saborear o Alentejo, o meu Alentejo, assim...aqui,é como diz o Rogério : nem flores nem terra vermelha, só calçada.

Aninhas, bom 2015 :)

Olinda Melo disse...


Em comunhão com a natureza,ouvindo os seus silêncios e os seus sons, sentindo o seu perfume, passeio que enrijece o corpo e amacia a alma.

Belas palavras aliadas às também belas imagens. Parabéns aos dois.

Beijinhos, querida Ana.

Olinda

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, sou um admirador do Alentejo, conheço as suas lindas paisagens e aldeias, viajo quase todas as semanas para o belo e simpático Alentejo que adoro.
AG

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Faltam-me essas raízes. Voltava ao campo no tempo dos meus pais. Vivo na cidade mas penso no tempo em que as férias, nessa altura ainda grandes, com uma saudade da liberdade e dos vastos horizontes.
Pois é amiga os Natais vão ficando mais pequenos.
Beijinhos com amizade

Jorge disse...

Olá,Ana!
O Alentejo é tudo isso: flores silvestres, sossego, espaço abundante, ar puro, um oásis de tranquilidade.
Um abraço,
Jorge

Fê blue bird disse...

Também sinto falta dessa "distância entre a hipocrisia palaciana e a imensa planura deserta."
Pelo menos aí renovas a esperança, por aqui está a ser mais difícil, talvez porque a paisagem é mais agreste.

beijinho amiga Ana

Graça Pires disse...

Dou contigo esse passeio para me reinventar...
Um beijo.

AC disse...

A natureza... Como eu te entendo, Ana!

Um beijo :)