Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 25 de abril de 2018

25 de Abril

Golpe e Revolução


                Eu não posso senão ser
               desta terra em que nasci.
               Embora ao mundo pertença
               e sempre a verdade vença,
               qual será ser livre aqui,
               não hei-de morrer sem saber.

               Trocaram tudo em maldade,
               é quase um crime viver.
               Mas, embora escondam tudo
               e me queiram cego e mudo,
               não hei-de morrer sem saber
               qual a cor da liberdade.

                                                                       Jorge de Sena 





25 de Abril


Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen




4 comentários:

Olinda Melo disse...


Aqui com Jorge Sena a Liberdade tem a cor da esperança.
E Sophia mostra-nos como se rompeu a noite do silêncio.

Trouxeste dois poetas maravilhosos, querida Ana.

Obrigada

Olinda



Mar Arável disse...

Cravo mais um cravo vermelho neste chão

Rogério G.V. Pereira disse...

A TV reproduziu cerca de 2`do desfile.
Entrevistou quem lhe parecia mais bizarro
e deu ênfase a um senhor
que por lá andava, com um cravo.
Dizia a pivot que comentava
ser a maior atração
da manifestação

e esqueceu o povo
muitos mil
e
tanta juventude
índios
como os de meia-praia
de que nos canta o Zeca
cada qual com seu tijolo
mas agora
p´ra construir um Abril novo

eu sei
estava lá
participei

Graça Pires disse...

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo "
Como definiu bem, a Sophia, o nosso sentimento...
Também gostei do Jorge de Sena.
Uma boa semana, Ana.
Um beijo.