Viana do Castelo, Senhora da Agonia, 2012 |
Caminhaste, assim, oculto pela multidão.
Chegará uma mentira difusa, velada, festiva...
Troará, fora do mundo, o ribombar, o trovão
Iminente, inclemente, hipócrita e fugitiva...
Tua alma mentirá no sonho inacabado...
E serás, ainda, a página branca de uma fuga
No claro dia de um ninho abandonado...
Ave incerta que voa, se atormenta e madruga.
A turba não esconde nem o silêncio te oculta.
Podes correr, mariposa confusa, para a luz,
Na secreta erosão de antigos laços...
O cortejo é a massa ritmada e resoluta
E tu vacilas carregando na vida a cruz
E erguendo o Mundo com teus braços!
Ana
Viana do Castelo, Senhora da Agonia, 2012 |
5 comentários:
Teu poema, poeta
É um soneto sobre uma maneira de estar
Independentemente do lugar
É triste
mas é assim
ocultos, sempre ocultos
Até ao fim...
Bonito soneto alegórico...
Possivelmente, nunca irei
já, às Festas da Senhora da Saúde.....mas vou já dar uma voltinha pela net..
Boa semana
Beijo
Ocultos, é uma tristeza termos que nos ocultar...
A única vez que fui de propósito a Viana por causa das festas , choveu a potes e, para cúmulo, tivemos que ir dormir bem longe da cidade.Resultado:não vi nada!!
Bons sonhos, Anita.
Que bonito... faz-me lembrar os meus tempos de adolescência... Viana do Castelo... que bom!
Beijo
Deixas-me sem palavras minha amiga.
PERFEITO!!!
beijinhos
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