A Máscara Esta luz animada e desprendida Duma longínqua estrela misteriosa Que, vindo reflectir-se em nosso rosto, Acende nele estranha claridade; Esta lâmpada oculta, em nossa máscara Tornada transparente e radiante De alegria, de dor ou desespero E de outros sentimentos emanados Do coração dum anjo ou dum demónio; Este retrato ideal e verdadeiro, Composto de alma e corpo e de que somos A trágica moldura, errando à sorte, E ela, é ela, a nossa aparição, Feita de estrelas, sombras, ventanias E séculos sem fim, surgindo, enfim, Cá fora, sobre a Terra, à luz do Sol.
Teixeira de Pascoaes Cânticos (1925) In Poesia de Teixeira de Pascoaes Org. de Silvina Rodrigues Lopes Lisboa, Editorial Comunicação, 1987 |
Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Máscara
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5 comentários:
Oi, Ana!
Passando para desfrutar da poesia nossa de cada dia!
Boa semana!
Beijos e carinho prá ti!
♥
Ana,
Ótima postagem!
Beijão,
Adriano Nunes.
Olá amiga
Estamos no Carnaval e nem de propósito a Net pregou-me uma partida. E não só. Andei a pesquisar e, de repente, alarme para virus. Enfim... isto para dizer que só hoje pude, finalmente, estar de volta.
Assim, começo por agradecer poder levar o teu poema, que já levei.
Antero de Quental, magnífico.
E pronto, já estava com saudades.
Beijinhos.
E se Deus foi mesmo um arquitecto falhou redondamente. Ou então fomos nós que não conseguimos reproduzir correctamente aquilo que ele queria que fizessemos.
Adorei o poema. Não é de estranhar, vindo da sua parte!
Beijinhos
Ana, linda imagem, ótimo, clássico poema. Boa semana para você!
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