Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Eduardo Lourenço - Prémio Pessoa 2011





“Que o português médio conhece mal a sua terra – inclusive aquela que habita e tem por sua em sentido próprio – é um facto que releva de um mais genérico comportamento nacional, o de viver mais a sua existência do que compreendê-la.”
“Citar um autor nacional, um contemporâneo, um amigo ou inimigo, porque nele se aprendeu ou nos revimos com entusiasmo, é, entre nós, uma raridade ou uma excentricidade como usar capote alentejano. A referência nobre é a estrangeira por mais banal que seja, e quem se poderá considerar isento de um reflexo que é, por assim dizer, nacional?”
“Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo.”
“Mas seja qual for a interpretação ideológica de Camões, não é possível, para ninguém, separar o seu canto épico da apologia histórica de um povo enquanto vanguarda de uma fé ameaçada na Europa do tempo e de um império igualmente guarda-avançada da expressão comercial e guerreira do Ocidente. É essa a «matéria» textual e moral do Poema.”
“Em princípio, todo o português que sabe ler e escrever se acha apto para tudo, e o que é mais espantoso é que ninguém se espante com isso.”


 Eduardo LOURENÇOO Labirinto da Saudade, Gradiva, 2005.




“Eduardo Lourenço (…) sabe que todos nós somos espíritos perdidos no tempo e que, apesar das palavras não poderem quebrar a nossa irredutível solidão, elas podem pelo menos proporcionar um pouco de conforto no vazio da infinitude”.
Pascal Avot.

8 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Passando para te deixar um beijinho e desejar bom fim de semana.

Sonhadora

Jorge disse...

Fixei esta expressão de Eduardo Lourenço: "Receber este Prémio Pessoa é como receber do além a visita dele"...
Obrigado pela sua visita ao Scorpion.
Aproveito a oportunidade para lhe deixar aqui um abraço, desejando-lhe Festas Felizes,

helia disse...

Um Prémio bem merecido!

Olinda Melo disse...

Olá, Ana

Eduardo Lourenço, um Homem que sabe marcar a diferença. Um prémio merecidíssimo.

Desejo-lhe um Natal Feliz.

Bj

Olinda

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Prémio merecido, merecidíssimo.
Sábias palavras:"Em princípio, todo o português que sabe ler e escrever se acha apto para tudo, e o que é mais espantoso é que ninguém se espante com isso."
Depois temos amargos de boca. É só olhar para quem nos governa.
Oxalá este fim de semana te dê algum descanso.
Muita paz, serenidade e esperança.
Beijinhos.
Isabel

São disse...

Finalmente, não?

Um abraço, linda

Nilson Barcelli disse...

Há anos que o leio e admiro.
Um prémio inteiramente merecido.
Querida amiga Ana, desejo que tenhas um Bom Natal e um ano de 2012 muito feliz, extensível aos que te são mais queridos.
Beijo.

Rogério G.V. Pereira disse...

“Citar um autor nacional, um contemporâneo, um amigo ou inimigo, porque nele se aprendeu ou nos revimos com entusiasmo, é, entre nós, uma raridade..."

Cometo essa excentricidade amiúde
e pode ser que isso mude...