Tessaloniki |
Ontem arrefeceu, subitamente. O anfiteatro ficou quase vazio. Pergunto-me, intimamente, por onde andarão os meus conterrâneos. Por vezes, uma irrealidade assola esta localidade: todos imitam todos.
Gostaria de tecer fímbrias de adjectivos e de palavras inusitadas, mas a realidade impõe-se, atípica e sombria, nestes dias de Verão. Partiram todos de férias, viajam como se fora a última coisa que pudessem fazer...
Recordo tempos assim, «années folles» entre duas guerras, e percebo a construção destas realidades em fuga, em busca de mundos oníricos.
Os dias pesam como chumbo, as noites são longas e fantasmagóricas. Ouvem-se raposas que gritam do outro lado do rio e o lodo cresceu com os calores do Estio.
Aqui, uma voz da Macedónia grega ecoa e dialoga perene com a tradição turca. Gorkem Saoulis leva-me na fuga. Também eu, afinal, me escapo deste lugar abandonado.
Irmanemo-nos, meu irmão do Sul, que a harpa soa serena e o kanum taksim é o arfar dos destemidos!
Ana