Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Florbela Espanca


João Cutileiro ( da parede da minha sala para vós)
Florbela Espanca



A NOITE DESCE
*
Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce...Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!
+
Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que me enterrassem!
+
A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!
+
E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma
Beijando nesta hora a minha boca!

Florbela ESPANCA, SONETOS



5 comentários:

ETERNA APAIXONADA disse...

*****

Como é bom ler em cada blog o amor à Florbela!
Adoro essa poesia! Linda homenagem!

Grande abraço e beijo da amiga do outro lado do mar, mas pertinho dos amigos irmãos!

*****

Janaina Amado disse...

Ana, bonita a tua homenagem a Florbela, neste e no post anterior, sobre a Charneca alentejana. Gostei muito do seu blog, do seu bom gosto no visual e nas escolhas de textos. Voltarei.

luis lourenço disse...

belíssima partilha...à divina Florbela Espanca...

Véu de Maya...

Urbano Leonel Sant' Anna disse...

Bom dia! Estou visitando os blogs participantes da blogagem coletiva.

Isto é o que eu chamo de uma corrente do bem! Como é que se poderia chamar uma iniciativa que enche de poesia a blogosfera? Aqui está uma excelente oportunidade para que todos conheçam um pouco mais sobre a genial Florbela Espanca.

Eis um trecho de "Ser poeta", de Florbela:

"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!"

Parabéns a todos que estão participando!

Sensata Paranóia

Inês Brito disse...

Os desenhos são tão lindos...
E a voz de Florbela jamais se irá calar!

Bj,
(i)