Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 31 de maio de 2009

Sim, sei bem

Acácias


Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.

Fernando Pessoa



acácias

11 comentários:

Janaina Amado disse...

A nova foto também é muito linda! E o poema, então...

Dalva Nascimento disse...

Aninha,

Seu blog está mais lindo ainda com essa nova foto... e as acácias a ornar Pessoa são um brinde a mais!

Tenha uma semana abençoada, amiga!

Beijinhos de além mar...

Anónimo disse...

Pois é. O blog está mesmo mais bonito. E este post lembra-me quanto estou remetido a ser um filho do betão emparedado na cidade. Enquanto uns(umas) vivem rodeados(as) de acácias, outros como eu o máximo que têm é uma amigo chamado Acácio (diga-se que apesar de ser bom rapaz infelizmente não tem a luz, a cor e a presença destas belezas botânicas :)

vieira calado disse...

E enganou-se.

Ter-se-ia enganado?

Ou estava a fingir como bom fingedor?

Beijinhosss

alex campos disse...

Olá,
sobra a palanca negra tenho um texto no "aldeia olimpica", se fores às etiquetas está em "palancas".
Um dia destes vou "fotografar" outro poema teu. Espero que não leves a mal.
Um beijo

Miguel Angel disse...

Pessoa: Las islas:

Sé que unas islas hay al sur de todo
donde hay paisajes que no puede haber.
Cual terciopelo son, bellas al modo
del tejido que el mundo puede ser.

Lo sé bien. Espesuras frente al mar,
coral, declives, todo lo que es vida
tornado amor y luz, lo que el soñar
da a la imaginación anochecida.

Lo sé. Lo veo todo. El mismo viento
que del follaje agita allí el torpor
acaricia al pasar mi pensamiento
y el pensamiento juzga que es amor.

Sí lo sé, es bello, es luz, es imposible,
tiene color, existe y duerme, sí;
y, aunque tal vez no exista, es tan visible
que es una parte natural de mí.

Lo sé todo, sí, todo. Y sé también
que no es allí donde hay lo que allí está.
La luz de ese paisaje sé muy bien,
y por qué mar podemos ir allá.
(Fernando Pessoa. Cancionero)

Con un saludo cordial de Miguel Ángel.

Bípede Implume disse...

Está muito lindo este novo "banner".
Adoro acácias e seu perfume. Então Pessoa nem se fala...
Já respondi ao teu desafio. Ainda tentei ir buscar as regras à Luma e já não consegui.
As minhas aboborinhas lá se aguentaram mas uma ficou a precisar de cuidados intensivos. Tadinha.
Boa semana, amiga.
Beijinhos.

Dalva Nascimento disse...

Aninha,

passei prá deixar um beijo... e não resisto ao comentário acima do seu amigo Comboio Turbulento... cá no Rio de Janeiro, por uns tempos vivi numa rua que se chamava Rua das Acácias... mas destas lindas flores só mesmo tinhamos o nome e o desejo de tê-las próximas... ô vida da cidade grande, tão deserta de flores...

Carinho meu prá ti!

Cristina disse...

Fernando Pessoa,o meu poèta préférido!
Bom dia de sol!

Terezinha Bordignon disse...

Passei rapidamente e dei uma olhada. Está lindo o Blog.

Beijos

JUANAN URKIJO disse...

Bellísimas acacias, Ana. Aquí las llamamos mimosas y son los primeros árboles del año en florecer...

Un fuerte abrazo.