Portinari, Guerra e Paz, ONU |
No ano de 1940, um grande poeta brasileiro, escrevia um poema intemporal a que deu o sábio título de «Congresso Internacional do Medo». Imperioso lê-lo, hoje, quando o mundo se agita em desequilíbrios de toda a ordem e no momento em que muitas sombras espreitam.
O Medo cega e paralisa a consciência humana.
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
Cândido Portinari, A Construção de uma Mão |
“Não, essa ameaça da barbárie
fascista não desapareceu totalmente. Por isso, apelamos sempre para uma
verdadeira insurreição pacífica contra os meios de comunicação de massas, que,
como horizonte para os nossos jovens, só sabem propor o consumo de massas, o
desprezo pelos mais fracos e pela cultura, a amnésia generalizada e a competição
desenfreada de todos contra todos. A todos aqueles e aquelas que construirão o
século XXI, dizemos com carinho: criar é resistir. Resistir é criar”.
Stéphane HESSEL, Indignai-vos!,
2010
8 comentários:
Penso eu que o cagufe,
nunca esteve ausente
a alta ou abaixa altitude
amedronta quem o sente!
Os homens fabricam as armas. Para com elas se defenderem e com elas se matarem!!!
Tenha uma boa noite amiga Ana.
Bjs.
Também tinha publicado Drummond de Andrade.
apesar se estar bem constipada.
Esta publicação está impecável, Ana.
Consternada com os resultados: um capitão
w um general...
Abraço grande,
~~~~
Será que alguém está indignado e inquieto?
Poema maravilhoso e tão actual de Carlos Drummond de Andrade.
Uma boa semana.
Um beijo.
Querida Ana
As palavras de Drummond mostram a fragilidade nossa e a daqueles que colocamos em lugares cimeiros para dirigirem os nossos destinos.Nesta sociedade global e desequilibrada, conseguiremos parar para reflectir e escolher caminhos mais consentâneos com as nossas necessidades?
É preciso não perdermos a fé em nós próprios.
Beijinhos
Olinda
Minha querida Ana, o mundo encaminha-se depressa e alegremente para mais uma tragédia, que talvez seja a derradeira....
Abraço fraterno
Um post muito actual e, por isso, bem oportuno.
Os ditadores (ou candidatos a) estão de volta. Há que combater esta ameaça. Mas sem medo...
Ana, um bom fim de semana.
Beijo.
Gracias por tu visita y aportacion
Me gusta mucho el dibujo de la mano
Besos
Adorei a sua visita....Eu também vou passando por esta casa de cultura...
Muita saude e inspiração.
Beijo
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