José Alves |
Há este vento que vem do mar e se arrasta peneirando a planície ressequida. Há este povo inerte. Desmesuradas as palavras adormecem-nos na garganta. Dos velhos fonemas já não resultam palavras plenas. A semântica esvaziou-se e ficaram estas formas vazias. Martelam metálicas vozes tendenciosas, misturando poderes, espalhando poeiras que a injustiça assola. Há este povo inerte.
Não me digas da minha rebeldia, não me peças que não entenda estes subtextos tão precários como o dia de hoje. Traz-me o suão, esse é o meu vento de revolta e eu não quero ser inerte como as mentiras destes homens prisioneiros.
Ana
13 comentários:
Querida Aninha
Como eu te compreendo e as tuas palavras têm já o calor do vento suão. O que nos está a acontecer é um tsunami tão violento que temo, sinceramente, as consequências.
Beijinho solidário.
Isabel
Ai, Ana, que tempos tristes nós vivemos...
Um abraço grande
Suão, vento irmão
Chegará, verás...
Temos que renascer e ficarmos muito mais atentos ao que nos rodeia.
Abrs
J
o vento que me trouxe
que te levou
e que te fez regressar
num ventinho...
abrazo serrano
Uma suave brisa que seja... que nos ajude a respirar sem arfar.
Um beijo
Una poesía envuelta en prosa.
Me ha encantado.
Un beso.
Minha querida
Que esse vento não venha para ficar.
Como sempre profundo o que escreves.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Há este povo inerte, na verdade.
Mas os mansos, quando explodem, levam tudo na frente...
Magnífico texto.
Ana, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Vim do blog da Leontien...e vi-te lá...
e agora dou com um texto belíssimo...que traduz uma triste realidade...e a revolta é de quase todos nós...
beijo...
BShell
E o Verão ajuda à inércia...
Talvez seja necessário um vento, sim, há tanto que poderia ser mudado...!
Beijos
Há este povo inerte.
Que venha o vento suão minha amiga!
beijinhos e bom domingo
Olá, boa noite!
Problemas vários fazem com que só agora esteja a regressar aos blogs.
Vou ver se a partir de agora sou mais assíduo.
Bom fim de semana para si!
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