Abraham Bosse: Les Perspecteurs, 1648 |
Quem inventou a claridade deste dia?
Quem sonhou estas imagens tão sublimes
E viu na tristeza e na agonia
A força que ao dia imprimes?
Que o sol desça das alturas!
Que chamem nobres as criaturas
Que trazem no peito a imensidão
Que encontraram na solidão!
Os que trazem nesse olhar a limpidez
E escondem na alma a aridez
Dos dias longos e da monotonia
De uma vida feita dia-a-dia...
Que sejam como as andorinhas
Que cruzam os ares em dias de bruma;
Como a flor que os ares perfuma
E como o chilrear das avezinhas!
Que nasça a beleza e a liberdade
Da força da verdadeira igualdade...
E em presença da singeleza
E das formas inertes da Natureza!
Ana