Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 28 de abril de 2012

Sem artifícios...

José Alves
Apetecem-me flores de uma outra Primavera. Quando, olhando o arco-íris, recordava a aliança com o velho Deus de sabbath. Ele estaria ali para podermos galgar obstáculos.
José Alves
Apetecem-me as flores da minha infância: puras, sem mutações e sem matizes, fiéis à sua natureza. Exactas na cor e na designação. Perfeitas em manhãs abençoadas.
José Alves
Apetecem-me lírios de pureza regenerada, imaculados e sem malícia. Infâncias de flor, plenas de sonhos e de futuros por trilhar.
José Alves
Apetecem-me as flores da minha infância: espontâneas, sinceras, verdadeiras e exactas na planície. 

José Alves
Não esperes em mim artifícios...

Ana


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Alqueva


Alqueva, Alentejo

Que país é este que assim se cala,
nos frios dias de um Abril presente?
Que ruínas se instalam na memória?
Que naus se afundam na distância?
Quatro humanos habitam a planície,
nos quilómetros estendidos nesta bruma.
Moiras nocturnas penteiam as searas...
Semeando oiro e colhendo espuma.
Que silêncio pesa e que fragrância?
Que quente odor, que flor de esteva?
Quatro humanos habitam a planície
nos frios dias de um Abril presente.

Ana

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A realidade

Vito Campanella

Trazes fiapos de sonho
apertados contra o vento.
Constróis silêncios serenos 
na escassez altiva do momento. 
A realidade submersa...
O tristonho dealbar...
Adversa disputa contra o tempo.
Trazes fiapos de sonho
nos dias por inventar.



Ana


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Obrigada, por teres vindo, Dimitri!


Palácio de Knossos


http://dimbarsak.blogspot.pt/

Δημητρης Μπαρσακης ou Dimitri Barsakis é um amigo grego que mantém um blogue muito interessante


intitulado Composições de Cultura, que vos convido a visitar. No post abaixo deixo um excerto - video elaborado com imagens do famoso «Blue Bird» do Palácio de Knossos, na ilha de Creta, acompanhado de música de Teresa Salgueiro.


domingo, 15 de abril de 2012

Boa Páscoa, Δημητρης Μπαρσακης


Heraklion


Hoje celebra-se a Páscoa ortodoxa. As festividades começaram ontem. Fiéis ao calendário juliano e às resoluções do Concílio de Niceia, realizado no ano 325 DC:


  • Páscoa deverá ser comemorada sempre num Domingo.
  • Que a Páscoa seja comemorada no Domingo que segue a lua cheia do equinócio da primavera no Oriente, isto é, depois do dia 21 de março.
  • Assim sendo, a Páscoa cristã realizar-se-á sempre após a Páscoa judaica.
  • A Igreja Ortodoxa, fiel às decisões deste Concílio, continua a seguir este calendário, observando fielmente os cânones deste concílio e não aceitando reformas, nem tão pouco inovações no que diz respeito à Grande Quaresma e às festividades pascais até o dia de Pentecostes, no 50.º dia após a Páscoa.

ANO
PÁSCOA ORTODOXA
PÁSCOA LATINA
2005
1º DE MAIO
27 DE MARÇO
2006
23 DE ABRIL
16 DE ABRIL
2007
08 DE ABRIL
08 DE ABRIL
2008
27 DE ABRIL
23 DE MARÇO
2009
19 DE ABRIL
12 DE ABRIL
2010
04 DE ABRIL
04 DE ABRIL
2011
24 DE ABRIL
17 DE ABRIL
2012
15 DE ABRIL
08 DE ABRIL
2013
05 DE MAIO
31 DE MARÇO

Creta

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Infância...

Joseph-Plateau, La Belle Alliance,1815


Eram lugares perdidos na infância e o tempo de incertezas impiedosas. Eram dias cinzentos de sonhos dispersos no vento suão. A voz incólume do trovão. Lendas e conselhos sábios trazidos de um tempo antigo. A rua, nua de ilusões, frágil lugar de imperfeitas fugas. Era o teu abrigo, força contida pela razão.  Eram sábias as palavras que lavravas nas tardes de Verão. Ancestrais carícias na criança exausta de correrias sem rumo. Planície estendida na busca de um prumo. 

Ana





terça-feira, 3 de abril de 2012

Amanhecer dos deuses

Jim Warren




Houve um dia em que o homem olhou o céu para indagar o porquê da sua existência. Surgiu assim a necessidade de acreditar num ser superior. Este foi, por certo, o princípio da história da espiritualidade humana.
Quando Estrabão (Στράϐων; 63 a.C. ou 64 a.C. — ca. 24) nos dá notícia da chegada dos romanos à península Ibérica e nos fala da espiritualidade dos nossos antepassados refere, com clareza, que os povos galegos - a norte - eram ateus e que os restantes peninsulares prestavam culto a um Deus sem nome e imaterial, para o qual dançavam nos umbrais das casas em todas as noites de lua cheia. O  panteão de deuses da velha Ibéria seria apenas onomástico.
Dancemos, então, para o nosso ancestral Deus. 



Rui Pestana




Boa Páscoa, meus amigos.







Descrição da Peninsula Ibérica Livro 3º da Geografia de Strabão
Autor: Gabriel Pereira

domingo, 1 de abril de 2012

Talvez seja possível

Jacek Yerka

Talvez seja possível
A provável fuga
Talvez a onírica viagem
Te traga de volta
Envolta de amargura
Talvez o regresso
Fuja na miragem
Cantando o indizível.

Ana