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Alto Alentejo, José Alves |
Lá fora a primavera assoma tímida. Pequenas alvas flores cobrem a planície, dir-se-ia que a neve desceu afoita, mas uma leve brisa vinda do Norte levanta um doce aroma e sabemos, então, que o branco manto é tecido na ternura de dias ainda por vir.
Deambulamos por aqui, horizonte largo e céu apocalíptico. Tempo necessário à trovoada que não chega. Como felino, lince que se esgueira entre giestas, sei que não virá.
Esta não era a Primavera prometida. A chuva há três meses não fecunda este chão. Os tempos são austeros. Não me lembro de dias assim. Um faz-de-conta apoderou-se dos homens que correm sem rumo, numa pressa infinda e desesperada que não posso comungar. O meu é o horizonte estendido que se abre, lento e decidido, no caminho da esperança renovada.
Ana