![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOEXEywMoOrDy4z2MSKSZS7YDJscAC0Yw6n3_WygaVy8TMQII-PgzB0web6me_vJIcj7ZxGLMRnvB-hRMlwKBp7KkSMR_KdFO9yeInXxPgIqYgzWPLctug9YuJ1RX4WcgOjZ_uIL-EVY/s400/norte+008.JPG) |
Minho, milho - José Alves |
Caminhávamos por esses campos de milho e vinhas e o vento fresco de Caminha levava-nos muitas vezes até à Galiza. Era um mundo viçoso de juventude e remadas largas pelo rio e eu sorria, largamente, contra o granito que sempre me apertou numa tristeza íntima de criatura do sul, habituada às luminosas fachadas de luz.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjle5cha-HCW1_sxcvYz8v1EZfFXgvuY7ACUMfjcTf8Xnd1S8bef5zvsGzHcjXgP03dnQHLLw2jF2jmtSvj-RA5tPuadUySeL9dGUQKhB7UGzq_UZUa3GcxT8cKWptSg1Lpul0OXNEYESg/s400/norte+089.JPG) |
Caminha, Igreja Matriz - José Alves |
Depois, veio aquele dia distante em que celebravas o apóstolo Tiago e unimos os nossos trilhos de contrários, numa busca de plenitude que Pitágoras saberia explicar melhor. Tantas vezes nos perdemos por Compostela - e ainda isso acontece hoje, apesar da opacidade que se instalou entre mim e a fé dos homens. Nem o rei D. Manuel aí rumou tantas vezes...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE0ohdJwbcpjhHX13twlvviMdmfjfPZNwFMHBhu5TtLPlJ0-jjGfO80tF0CUn2lVyE1PTk1H49nDZBb-YQs9fbpjpb-hjWBDOm6twi3F_inc_LRxAMXVs1_MxCxbC6pgDNdAJNjUQ_qlU/s400/Catedral-de-Santiago-de-Compostela---Imagem-cedida-por-Miguel-El%C3%B3i_20110906_bo_03.jpg) |
Catedral de Santiago - Miguel Elói |
Hoje celebramos o dia, ajustamos contas com a história que é nossa, comemos e brindamos ao teu Norte e ao meu Sul e aqui deixo o testemunho de amor que há trinta e dois anos nos traçou uma rota comum.
*
Uma nuvem negra, porém, instalou-se no céu claro da minha terra quente, para que não me esqueça, também, do sofrimento e dos corpos que hoje juncam os verdes campos da Galiza, prova irrefutável do livre arbítrio dos homens.
Ana